É o quê?

Bolsonaristas de Rondônia concedem título de cidadão ao israelense Benjamin Netanyahu

Sionista de extrema direita, governante lidera ofensiva sem precedentes contra palestinos, inclusive civis. Ao menos mil crianças já morreram

Fernando Frazão/ABR
Fernando Frazão/ABR
Netanyahu trava uma odisseia sangrenta em suas fronteiras em permanente expansão. Então, seus olhos dificilmente estarão em Rondônia

São Paulo – Extremistas da Assembleia Legislativa de Rondônia concederam ontem (16) título de Cidadão Honorário ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Ele lidera uma investida sem precedentes de massacre na Faixa de Gaza. Após atentado do grupo armado Hamas, no dia 7, as forças israelenses adotaram uma postura de ataque indiscriminado contra palestinos. Entre os alvos preferenciais, escolas e hospitais. Israel também impede a entrada de ajuda humanitária.

A iniciativa em Rondônia foi do parlamentar Delegado Lucas (PP). Netanyahu nunca esteve em Rondônia. Entretanto, o bolsonarista argumenta que o israelense “destacou-se como líder, desempenhando papel fundamental no fortalecimento dos laços entre Israel e o Brasil” E acrescenta: “Sua visão e comprometimento foram fundamentais para o estabelecimento de parcerias significativas que transcendem fronteiras geográficas”. Contudo, não diz quais são essas parcerias.

O bolsonarista prossegue: “Aguardamos ansiosos a visita do primeiro-ministro, ampliando as relações com Israel, buscando fortalecer as relações diplomáticas para que esta relação reverbere de forma positiva, fomentando um intercâmbio e colaboração mais robusta em várias áreas”. Entretanto, o fato é que Netanyahu trava uma odisseia sangrenta em suas fronteiras em permanente expansão. Seus olhos dificilmente estarão em Rondônia.

Netanyahu: extremista e escolhido

Além de conhecido pela investida militar em Gaza, Netanyahu é alvo de fortes críticas dentro de Israel. Muitos cidadãos afirmam que o ataque do Hamas aproveitou do despreparo de sua gestão. Nos últimos meses, o sionista enfrentou protestos massivos após um projeto que tenta limitar os poderes da Suprema Corte do país, uma medida considerada um “sonho” por extremistas brasileiros.

Contudo, o fato que liga de forma mais significativa Netanyahu com Rondônia pouco tem a ver com parcerias ou relações. Na verdade, os evangélicos neopentecostais, radicais de extrema direita em sua maioria, possuem uma crença de adoração ao povo judeu, como “escolhido de deus”. A defesa de Israel, independente de suas ações que podem, inclusive, matar milhares de crianças, é intransigente entre esses grupos, parcela significativa da população brasileira mais radicalizada.