Extermínio

Israel ataca hospital e escola da ONU. Mais de 500 pessoas morreram. ‘Nenhum lugar é seguro’

Mais ataques de Israel direcionados a civis em Gaza. Centenas morreram e muitos estão feridos, incluindo funcionários da ONU

Reprodução/Al Jazeera
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Faz parte do modus operandi israelense o ataque a escolas e hospitais, incluindo de instituições humanitárias

São Paulo – Autoridades do Ministério da Saúde da Palestina relataram hoje (17) um ataque devastador de Israel no Hospital Al-Ahli Arab. De acordo com os relatos, são centenas de mortos. A região do hospital é uma das mais densamente povoadas da Faixa de Gaza. Os números exatos ainda estão em debate. Fontes do ministério afirmam que pelo menos 500 pessoas morreram, entre elas, crianças, idosos e mulheres grávidas. Além disso, muitos outros ficaram feridos. Nos 10 dias de ataques israelenses, ao menos 1.000 crianças palestinas morreram.

Em uma diferença de minutos, Israel também atacou uma escola das Nações Unidas em Gaza. De acordo com a agência da ONU para refugiados palestinos (UNWRA), há pelo menos uma dezena de mortos e muitos feridos. A escola fica na região de al-Maghazi, um campo de refugiados da invasão de assentamentos israelenses na região central de Gaza. “Dezenas estão feridos, incluindo funcionários da UNWRA. Os danos estruturais são severos”, aponta a entidade.

‘Nenhum lugar em Gaza é seguro’

“Trata-se de uma ação ultrajante e mostra flagrante desrespeito às vidas civis. Nenhum lugar em Gaza é seguro, nem mesmo em instalações da ONU. Ao menos 4 mil pessoas estão refugiadas na escola da UNWRA, transformada em abrigo. Eles não têm nenhum lugar para ir. Desde o começo da guerra, no dia 7 de outubro, a UNWRA tenta trabalhar para manter o mínimo de vida”, completa a entidade.

Já o ataque do hospital representa mais um evidente agressão, denunciada na ONU como crime de guerra de Israel. A instituição, hospital Al-Ahli Arab, é de grande importância em Gaza. Seu nome, em árabe, significa “hospital do povo árabe”. Anualmente, ele presta assistência médica a cerca de 45 mil pessoas, desempenhando um papel fundamental na região em meio a ataques contínuos, praticamente anuais de Israel.

Modus operandi em Gaza

As circunstâncias precisas que envolvem o ataque ainda estão sob investigação. Daniel Hagari, porta-voz das Forças de Defesa de Israel, declarou à imprensa que não há informações suficientes para confirmar que Tel Aviv seja responsável. Ele destacou que a região testemunhou uma série de ataques aéreos. Contudo, faz parte do modus operandi israelense o ataque a escolas e hospitais, incluindo de instituições humanitárias como Médicos sem Fronteiras.

A guerra, fruto de uma política de apartheid de israelenses colonos, tem como pano de fundo a questão territorial. Desde a fundação do Estado de Israel, em 1947, o país promove a segregação e ataques contínuos ao território palestino. Além disso, os israelenses avançam a cada ano, ocupando mais territórios árabes. Hoje, um membro do gabinete de emergência do governo de Israel Gideon Sa’ar disse claramente que há a possibilidade de Israel tomar mais territórios palestinos após a escalada de violências sem precedentes na região.

“Primeiro, porque é uma questão de segurança nacional. Tanto no Leste quanto no Norte, eles terão que perder esse território. Em segundo, porque a perda de terras é o preço que os árabes entendem”, disse o sionista.


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