Campanha cidadã

Às vésperas do primeiro turno, TSE pede paz nas eleições

Enquanto bolsonaristas apostam na violência, Justiça Eleitoral divulga campanha para informar sobre como funciona uma democracia. “Adversário não é inimigo”

Reprodução
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O Tribunal apela aos brasileiros para que "deixem a violência de fora da disputa eleitoral"

São Paulo – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) incentiva até domingo (2) a exibição de vídeos da campanha Paz nas Eleições. “O jogo tem que ser limpo”; “Adversário não é inimigo”; “Eleição em clima amistoso é vitória da democracia”, afirmam as peças.

A ação do TSE tem parceria da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A ideia surgiu a partir do Dia Internacional da Democracia, 15 de setembro. Na ocasião, rodadas da Copa do Brasil contaram com ações da campanha. Antes dos jogos, a campanha levou urnas a campo com a mensagem #PazNasEleições.

“Durante sete jogos, uma urna eletrônica inflável gigante esteve no gramado antes das partidas, mostrando que equipes que representam o futebol brasileiro jogam do mesmo lado para defender eleições democráticas. Um verdadeiro sinal de fair play dentro e fora de campo”, informa o TSE.

A comparação com o futebol também faz parte da campanha veiculada em rádio e TV. “Futebol e eleições são festas populares. E em festas populares, violência não podem entrar. Nos dois casos, pode ter disputa, pode ter rivalidade, mas não pode ter violência. O jogo tem que ser limpo. Adversário não é inimigo.”

Clima de violência

A campanha entra em cena durante um período de escalada da violência política por parte do eleitorado do presidente Jair Bolsonaro (PL). Casos de agressão e até mesmo assassinatos maculam o processo eleitoral deste ano. Mesmo o presidente já se manifestou em mais de uma ocasião de forma violenta contra adversários. “Vamos fuzilar a petralhada”, disse em comício no Acre. “As minorias devem se curvar às maiorias”, disse em Juiz de Fora (MG), em julho.

Além da incitação à violência, Bolsonaro também promove constantemente ataques contra a democracia. As pesquisas de intenções de voto apontam o político como virtual perdedor do processo, o que leva à hostilidade contra urnas eletrônicas e até mesmo contra trabalhadores que realizam estes levantamentos de campo.