democracia intimidada

Violência política bolsonarista azeda clima festivo a dias das eleições

A cinco dias das eleições, temor e precaução falam mais alto e eleitores deixam de lado adesivos, bandeiras e outros símbolos do candidato de sua preferência

Reprodução
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Na eleição de 2018, eleitores de Bolsonaro postaram imagens de armas na cabine de votação

São Paulo – Faltam cinco dias para as eleições e a violência política bolsonarista, até aqui, tem azedado o clima festivo característico do período eleitoral no Brasil. Ao contrário de pleitos anteriores, em que eram comuns carros enfeitados com diversos adesivos do candidato preferido, as bandeiras nas janelas, os bottons e outros acessórios, neste ano há medo e precaução. E não é só para evitar confusão, provocações e brigas. Ou danos ao patrimônio, com pedradas e ataques a vidraças e veículos. Há temores de que a própria vida esteja em risco.

Há pelo menos duas semanas o tema tem sido discutido nas redes sociais. São muitos os relatos e os mais variados, indicando que a sede de violência dos apoiadores do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) não tem limites. Já os eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se esforçam para manter a paz.

“Eu fui num comício dele (Lula), lotado, mas quando saímos de lá, tirei o adesivo, fiquei quietinha com minha filha pra evitar confusão. Enquanto esperávamos Uber, passaram uns caras de carro, provocando os eleitores. Só queriam um motivo. Teve até uns panfletando do genocida no meio da gente. Os petistas ignoraram as meninas que panfletavam, mas é certo que foi feito para criar alguma confusão, mas não conseguiram. Panfletaram, saíram sem serem expulsas do meio da população. Eu vou votar sem dar um pio, vou de qualquer cor que não seja vermelho. Evitar me arriscar”, escreveu uma internauta que assina perfil de Josiane, cujo lema é “Genocida bom é genocida preso”.

Há ainda eleitores mais velhos, para quem a situação atual, nesses aspectos, é inédita e chega a ser pior que a do tempo da ditadura.

Violência contra carros com adesivos do PT

Violência no trânsito, em que veículos com adesivos do candidato à reeleição Jair Bolsonaro “fecham veículos” com adesivos do ex-presidente Lula, em uma clara demonstração de provocação de briga, aparecem em diversos relatos. E em se tratando de bolsonarista, o risco é grande, levando em conta que a maioria defende o porte de armas.

Outros relatam temores que os fazem evitar um simples adeviso em seu próprio carro. “Eu nao tenho coragem de colar adesivo do Lula no meu carro pq bolsominion é maluco… e como tem uma porrada de miliciano a chance de quebrar seu carro e sair impune é gigante! Tem isso tb!”, disse Gabriel Rocha.

“E um monte de gente (tipo eu) não coloca adesivo do Lula por medo de represália bolsonarista . Não é só medo de tiro não, qualquer risco no carro já é um baita prejuízo”, completou Fernando Ubirajara.

A fúria bolsonarista é explicada em um vídeo. Provocado sobre as razões de os petistas não adesivarem os carros – não os têm ou têm vergonha do candidato, a resposta é didática: O receio de encontrar um “homem de Deus, tão cheio de Cristo e de amor no coração e de repente apedrejar seu automóvel. Ou pior, até dar um tiro no proprietário”. Confira:

Bolsonaristas livres para manifestar sua violência política

Enquanto os eleitores de Lula temem expor publicamente seu voto e atrair a ira de bolsonaristas, esses se expõem com toda liberdade. E em muitas localidades, onde são maioria, expressam seu voto com adesivo em carros de luxo, dando a falsa sensação de que aquela realidade expressa o conjunto da opinião pública nacional. É o relato de um participante da discussão no Twitter.

Redação: Cida de Oliveira


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