Em descrédito

Interpol exclui Tacla Duran da lista de procurados e impõe derrota a Moro

A agência de investigação internacional acatou pedido da defesa do ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran, que havia questionado a imparcialidade do juiz federal do Paraná

Reprodução/Twitter

Moro perde sua credibilidade junto à Interpol para futuras cooperações

São Paulo – O juiz federal de primeira instância Sérgio Moro teve sua reputação abalada em escala internacional, caindo em descrédito principalmente perante as polícias de todo o mundo. Desde o dia 20 de julho, o ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran, não consta mais da lista de procurados da Interpol. A agência o excluiu ao acatar pedido da defesa de Duran, por considerar que Moro desrespeitou a Declaração Universal de Direitos Humanos.

Em março, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, o juiz da Lava Jato chamou Duran de “mentiroso”. “Tem esse indivíduo, foragido e suspeito de crimes gravíssimos, e que levanta essas histórias sem base empírica”, reagiu o juiz ao ser questionado sobre seu compadre, Carlos Zucolotto.

Sócio de sua mulher, Rosangela Wolff Moro, o também advogado Zucolotto foi acusado por Tacla Duran de “oferecer facilidades” junto ao Ministério Público Federal e ao Poder Judiciário, por meio de pagamento de propinas. A afirmação foi feita em novembro passado, durante depoimento de Duran, por videoconferência, à CPI da JBS.

A entrevista de Moro foi  apresentada à Interpol, que a levou em consideração no acolhimento do pedido dos advogados de Duran. O entendimento foi o de que, “diante do comportamento do juiz responsável por presidir seu caso no Brasil, dúvidas suficientes têm sido colocadas sobre o fato de violação so Artigo 2 da Constituição da Interpol”.

O artigo se refere à necessidade de a instituição promover a cooperação entre as polícias de diferentes países, sempre que a Declaração Universal de Direitos Humanos seja respeitada.

Assista depoimento de Rodrigo Tacla Duran à Comissão de Direitos Humanos da Câmara, sobre a operação Lava Jato, em 5 de junho: