São Paulo – A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou hoje (30), em entrevista à Rádio Brasil Atual, que a proposta de reforma da Previdência por parte do governo de Michel Temer é “estarrecedora”. Segundo ela, a ideia de desvincular do reajuste do piso o benefício de quem ganha um salário mínimo “é um retrocesso”.

“Tem uma parte que recebe a aposentadoria porque contribuiu, outra, porque é pensão e um grupo que recebe o benefício de prestação continuada. O governo disse que tomou a decisão de mexer com esses dois últimos grupos. Portanto, essas pessoas não vão ganhar mais um salário mínimo corrigido, passarão a ganhar menos. Estamos voltando a uma situação anterior à Constituição Federal de 1988. Naquela época, as pessoas ganhavam um terço do salário mínimo”, critica.

Gleisi também não concorda com a idade mínima para a aposentadoria prevista na reforma de Temer, que passaria para 65 anos. “Eles não estão fazendo diferenciação, ou seja, não importa se é trabalhador braçal ou de escritório, homem ou mulher, todos se aposentarão com 65 anos. Nas regiões do Norte e Nordeste do país tem uma expectativa média de vida de 68 anos, então, pessoas se aposentarão e viverão apenas três anos. Essa reforma é perversa”, diz a senadora. “Além disso, querem mexer com o tempo de contribuição. O período mínimo, atualmente, é de 25 anos. Eles querem elevar para 40 anos. Isso é para a pessoa não se aposentar”, acrescenta.

“É por isso que deram o golpe, porque se fosse para eleger um governo que dissesse que faria isso, jamais ganharia nas urnas. Nós estamos retrocedendo 30 anos”, conclui.

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