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Ato histórico na Avenida Paulista reúne 100 mil pessoas contra Temer

Ato contra o governo Temer, convocado pelas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, supera expectativa de público. Ao chamar manifestação de 'movimentozinho', Temer acende a resistência ao golpe

Marcia Minillo/RBA

Passeata caminha em direção à Consolação para depois seguir para o Largo da Batata

São Paulo – Perto de 100 mil pessoas reuniram-se na Avenida Paulista na tarde deste domingo (4), em ato contra o governo Temer, convocado pelas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo. O ato é também contra o impeachment de Dilma Rousseff. O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Guilherme Boulos disse em vídeo no Facebook que a mobilização é por Diretas Já: “Queremos definir quem vai ser o presidente do Brasil e nenhum direito a menos, porque esse golpe é contra a maioria do povo brasileiro”.

“Não vamos admitir repressão policial, Michel Temer fez uma provocação barata, falando em 40 pessoas e a nossa manifestação com 100 mil é a resposta a essa provocação e à repressão policial. Ela não nos intimidará”, afirmou ainda, fazendo referência à entrevista de Temer, ontem (3), na Folha de S. Paulo, em que ele desqualificou as mobilizações contra seu governo: “São pequenos grupos, parece que são grupos mínimos, né? (…) Não tenho numericamente, mas são 40, 50, 100 pessoas, nada mais do que isso”, afirmou o presidente, que cumpre agenda em encontro do G20, na China. Na sexta-feira (2) ele afirmou: “Quem muitas vezes se insurge, como um ou outro movimentozinho, é sempre um grupo muito pequeno de pessoas. Não são aqueles que acompanham a maioria dos brasileiros”.

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Lindberg Farias: ‘Estamos aqui porque São Paulo está virando o centro da resistência contra o governo Temer’

Às 17h30, a manifestação começou a se deslocar no sentido da Rua da Consolação e deve seguir até o Largo da Batata, em Pinheiros, zona oeste, passando pela Avenida Rebouças. Apesar de até agora o ato ocorrer de forma pacífica, houve momento de tensão, quando uma fila de policiais militares começou a chegar ao local, acompanhada de vaias e gritos de frases como “Queremos o Fim da Polícia Militar e Fascistas”. Um dos manifestantes arremessou uma garrafa em direção aos policiais e um dos policiais ameaçou responder, mas isso não aconteceu. Do caminhão de som, os organizadores pediram calma aos manifestantes, pedindo que não respondessem a provocações.

Andando ao lado de Boulos, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse: “Estamos aqui porque São Paulo está virando o centro da resistência contra o governo Temer. A direita dizia que aqui era deles, e o que estamos vendo são passeatas quase que diárias. Agora, a forma com que a Polícia Militar, do governo Alckmin, mas organizado com Temer, porque a gente sabe que o Alexandre Moraes, ministro da Justiça, era o secretário de Segurança de São Paulo, então, todos eles querem na verdade assustar as pessoas”, disse Lindbergh.

Em entrevista à Mídia Ninja, a cartunista Laerte Coutinho falou sobre as ‘Diretas Já’ durante a concentração em frente ao vão do Masp: “Não vejo a história como repeteco, não estou achando que é a mesma coisa. E, aliás, a bandeira de eleições gerais não sei se é unânime também. Talvez ela seja meio prematura, cá pra mim, que a recusa ao governo golpista ainda não está madura para propor uma saída só, mas eu acho cabível. Vamos lá, eleições gerais, agora eu não sei se é um sentimento generalizado. Acho que muita gente ainda está na posição de retomar o curso do mandato da presidenta Dilma, que foi também uma das pessoas que propôs uma consulta popular na direção de uma eleição geral”.

Com Agência Brasil.

Assista ao vivo pelo Mídia Ninja.

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Paulista tomada por manifestantes graças ao desafio de Temer: ‘apenas 40 pessoas’