Brasília – O líder da Rede Sustentabilidade na Câmara, deputado Alessandro Molon (RJ), considerou “excelente” a decisão liminar do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do cargo. Segundo Molon, “a República brasileira não suportava mais isso e esperamos que nunca mais o Brasil tenha um presidente da Câmara ou do Senado que seja réu em processos criminais no STF”.

“O Brasil inteiro esperava por esta decisão”, afirmou Molon. A fala do líder da Rede é emblemática porque o pedido acolhido em liminar pelo ministro Zavascki foi o apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), mas o STF julga, esta tarde, uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) contra Cunha impetrada pela Rede, que também pede o afastamento de Cunha.

De acordo com informações de assessores do vice-presidente Michel Temer, ele até agora evitou tecer maiores comentários sobre a decisão sobre Cunha, mas afirmou para políticos próximos que o visitaram no Palácio do Jaburu, que o afastamento do deputado era esperado, já que estava pautado o julgamento da ação da Rede para hoje, pelo tribunal.

Na residência do presidente da Câmara, informações de assessores são de que ele não vai sair de casa esta manhã, porque pretende recorrer da decisão. Cunha está, neste momento, reunido com advogados para definir a postura a ser tomada pela sua defesa.

Encontram-se no local, também, alguns políticos com quem o parlamentar mantém mais proximidade, dentre os quais o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho, presidente da Força Sindical. Na área em frente à residência de Cunha se encontram, ainda, manifestantes que foram lá para comemorar o seu afastamento.

Muitos parlamentares chegaram ao Congresso, hoje (5), afirmando, em reservado, que apesar da notícia ser boa para o país como um todo, não há o que comemorar em relação ao STF, porque foi tardia e, de acordo com eles, o tribunal demorou muito tempo para se manifestar.

Já informações do Palácio do Planalto são de que o governo está comemorando a decisão, nos bastidores, embora de forma discreta. Não foi não anunciada qualquer repercussão ou comentário oficial a respeito por parte da presidenta Dilma Rousseff, que está em viagem oficial à região de Altamira, no Pará.