relações bilaterais

Dilma diz que Mercosul deve mostrar união na busca de acordo com Europa

Reunião da presidenta com líderes europeus discutiu agendamento de uma data para que os dois blocos apresentem propostas simultâneas

Roberto Stuckert Filho/PR

Dilma e Angela Merkel: reunião buscou avançar para fechar data de apresentação da oferta simultânea de acordo

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff defendeu ontem (11) a importância dos países do Mercosul sinalizarem que estão unidos e que farão uma oferta conjunta para estabelecer um acordo comercial com a União Europeia. Dilma conversou com jornalistas após encontro com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e com a chanceler alemã, Angela Merkel, em Bruxelas.

A reunião buscou avançar nas condições para fechar uma possível data de apresentação da oferta simultânea de um acordo entre os dois blocos. E, apesar dessa data não ter sido ainda acertada, Dilma avaliou que o encontro foi positivo, pois um documento desse porte é de grande complexidade e foi possível avançar nos detalhes da negociação.

“Não é trivial, entre quaisquer países, fazer um acordo comercial (desse porte). Vinte e sete países integram a União Europeia. Se a gente considerar que são países diferenciados e que eles têm, também, de fazer suas discussões, seria algo fantástico. Por que até hoje não saiu ainda um acordo entre a União Europeia e os Estados Unidos? Por que não saiu um acordo entre a União Europeia e o Japão? Acordos bilaterais podem ser difíceis para qualquer país ou para qualquer região. O que você tem que ter é disposição de fazer”, disse.

A presidente lembrou que o fato de esse acordo estar sendo fechado não significa que não se possa tentar novamente avançar na Rodada Doha, que visa liberalizar o comércio mundial. “Na verdade, a Rodada de Doha é que criaria um outro ambiente, um completo e diferente ambiente para o comércio internacional entre todos os países. Acho que, assim, teria um efeito grande no Produto Interno Bruto do mundo. Um acordo internacional do padrão Doha, que era aqui que a gente queria”, afirmou.

Dilma Rousseff disse também acreditar na participação da Argentina no acordo Mercosul-UE e que o país vizinho é um grande parceiro do Brasil.“Nós temos que ter toda a consideração com a Argentina e não existe motivo para a Argentina não ir conosco. Ela tem essa disposição de fechar (o acordo)”, garantiu.