'tropa de elite'

2º Batalhão antiterrorismo da PM atuará em 33 municípios do litoral e do Vale do Ribeira

Secretaria de Segurança Pública de São Paulo divulga informações sobre segunda unidade do Batalhão de Atuação Especial de Polícia (BAEP), que já realizou 1,8 mil prisões desde janeiro

Diogo Moreira/ GESP

Evento de formatura de 1,1 mil Policiais Militares de São Paulo, em abril deste ano, no sambódromo do Anhembi

São Paulo Em resposta à reportagem Alckmin cria 2º batalhão antiterrorismo da PM, mas governo sonega informações à imprensa, publicada pela RBA em 18 de julho após encontrar obstáculos para produzir reportagem sobre a criação do segundo Batalhão de Atualão Especial de Polícia (BAEP) da Polícia Militar de São Paulo, a Secretaria de Segurança Pública do governo do estado e a agência de comunicação CDN encaminharam esclarecimentos à redação. Leia, abaixo, a íntegra da nota assinada pelo vice-presidente da empresa, Andrew Grenlees, e pelo diretor da Assessoria de Imprensa da SSP, Lucas Tavares. A secretaria divulgou ainda informações sobre o novo batalhão, que terá sede em Santos, no litoral paulista, e atuará em 33 municípios, incluindo o Vale do Ribeira.

O texto afirma que “inicialmente, [as equipes] são integradas por 368 policiais das companhias de Força Tática de Santos, Guarujá e São Vicente, além do Destacamento de Polícia Montada (a Cavalaria) do Guarujá, Canil de Santos e das Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam)”. O 1º BAEP, com efetivo de 413 policiais, tem sede em Campinas, a 83 quilômetros de São Paulo, e foi criado em janeiro deste ano.

O texto de divulgação da Secretaria de Segurança Pública não cita “ações de controle de distúrbios civis e de antiterrorismo” entre as atribuições do batalhão, embora a definição, presente no decreto que criou ambas as unidades, seja a única que diferencie o BAEP de outras “tropas de elite” da PM paulista. A referência ao filme de José Padilha é recorrente em materiais de divulgação do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) para a segurança pública e a prevenção ao terrorismo.

A criação dos batalhões se dá em um momento em que as forças de segurança pública de São Paulo são acusadas de desrespeitar direitos constitucionais ao abordar violentamente manifestações e reuniões públicas. A revisão do Código Penal Brasileiro, que tramita no Congresso, tipifica pela primeira vez o crime de terrorismo no Brasil, em texto questionado por movimentos sociais por ser abrangente o suficiente para enquadrar manifestações e protestos políticos.

Confira, abaixo, a íntegra das notas enviadas pela SSP e pela CDN:

A CDN Comunicação Corporativa lamenta a forma desrespeitosa com que a RBA tratou a empresa e seus funcionários que prestam serviços à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. A CDN tem 27 anos de atuação junto a empresas, entidades e órgãos públicos, sempre tratando de maneira profissional a relação entre seus clientes e a imprensa. Vale lembrar que a CDN venceu licitação pública para prestação dos serviços à Secretaria de Segurança, assim como presta a órgãos do governo federal. 

Na reportagem em questão, em momento algum a Assessoria de Imprensa da Secretaria se recusou a fornecer informações sobre o novo batalhão. Apenas solicitou ao repórter que aguardasse a finalização de um press release que estava em elaboração com todos os dados sobre o BAEP – material que segue em anexo. 

Cabe ressaltar ainda que é incorreto afirmar que o 2º Batalhão de Ações Especiais de Polícia da Baixada Santista seja um “batalhão antiterrorismo” como fez o site da RBA. Limitar a definição da nova unidade da Polícia Militar – criada com o objetivo principal de combater crimes – é um erro de informação que em nada contribui para o debate em torno da segurança pública. 

Andrew Greenlees 
Vice-presidente da CDN 

Lucas Tavares
Diretor da Assessoria de Imprensa da SSP


Governador cria tropa de elite na Baixada Santista

O 2º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (2º BAEP) começa a atuar nesta sexta-feira (18) para combater o crime de maneira mais ostensiva em 33 cidades da Baixada Santista e Vale do Ribeira. O decreto do governador Geraldo Alckmin, que criou a tropa de elite, foi publicado hoje no Diário Oficial do Estado (DOE).

As equipes que compõem o Batalhão atuam de forma semelhante ao padrão do policiamento de Choque. Inicialmente, são integradas por 368 policiais das companhias de Força Tática de Santos, Guarujá e São Vicente, além do Destacamento de Polícia Montada (a Cavalaria) do Guarujá, Canil de Santos e das Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam).

Entre as funções previstas do 2º BAEP, estão operações especiais de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública, ações de controle de distúrbios civis e de policiamento com cães e montado.

A vantagem do BAEP é a concentração da força de elite em uma unidade. “As cidades [da Baixada Santista e Vale do Ribeira] exigem uma forma de otimização de recursos. Agora, a força de reação [da PM] será maior para essa região, que tem características de estância turística e economia crescente”, disse o coronel Ricardo Ferreira de Jesus, responsável pelo Comando de Policiamento do Interior – 6 (CPI – 6), ao qual o 2º BAEP é subordinado.

Segundo o coronel Ricardo, o Batalhão é totalmente operacional, ou seja, está sempre na rua para desenvolver o policiamento ostensivo. Além disso, a unidade especial tem atuação regional, podendo portanto trabalhar em toda área de abrangência do CPI – 6, nos locais com maiores índices de criminalidade.

Treinamento e comando

Os policiais integrantes do 2º BAEP fizeram visitar técnicas ao 1º BAEP, que atua na região de Campinas. O treinamento de procedimentos operacionais começou durante a Copa do Mundo.

A região de Santos recebeu três seleções que participaram do Campeonato Mundial – Bósnia Herzegovina, México e Costa Rica. Durante o período da competição, os policiais integrantes do 2º BAEP realizaram simulações e treinamentos para capacitação.

A unidade especial é comandada interinamente pelo major Olímpio Ferreira Magalhães, que possui experiência no policiamento de Choque e foi transferido à região litorânea justamente para comandar o Batalhão.

Até então, o major atuava no 23º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M), no bairro da Vila Madalena, zona oeste da Capital. Ele já comandou o Comando de Operações Especiais (COE), foi subcomandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e passou pelos 19º e 28º BPM/M, na zona leste de São Paulo.

1º BAEP

Este é o segundo batalhão com padrão de policiamento similar ao do Choque. O 1º Batalhão de Ações Especiais atua em Campinas desde março do ano passado e, desde então, já retirou das ruas 222 armas de fogo, 2,8 toneladas de drogas e prendeu 1.873 pessoas na região.

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