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‘Siemens e Alstom devem ser banidas do país’, defende deputado paulista

Antonio Mentor (PT) afirma que banimento seria a medida correta a se tomar, depois da admissão da existência de cartel por presidente do metrô, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, nesta semana

Arquivo RBA

Enquanto expansão do metrô paulista acumula atrasos, corrupção entre governo do estado e empresas é comprovada

São Paulo – O deputado estadual Antônio Mentor (PT) afirmou, ao programa de rádio Jornal Brasil Atual de hoje (6) que, diante da clareza dos fatos sobre a formação de cartel nas licitações do Metrô e da CPTM no estado de São Paulo, as empresas envolvidas no episódio devem ser banidas do país, os contratos ainda vigentes devem ser imediatamente suspensos.

“O que está muito claro é que houve um cartel. O que está muito claro é que o cartel visa fraudar processo de licitação e de livre concorrência. E isso é crime de mercado. Portanto, uma empresa que comete esse tipo de ilicitude tem de ser banida, tem de ser punida por seus atos e não pode continuar a ser beneficiada pelos mesmos órgãos que ela fraudou, como é o caso do metrô. Por isso estes contratos que ainda estão em vigor precisam ser imediatamente suspensos”, disse Mentor.

“Este cartel tem contratos que somam algo em torno de R$ 42 bilhões, em valores atualizados. Foi dito por órgãos internacionais pelos Ministérios Públicos da França, Alemanha e Suíça que o superfaturamento no Brasil era de 25% a 30%, o que dá mais de R$ 12 bilhões de superfaturamento e sangria dos cofre públicos de São Paulo, são valores astronômicos”, diz o parlamentar.

Para o deputado estadual Adriano Diogo (PT), o PSDB vive um dilema diante das acusações. “Eles admitem existência de cartel mas se colocam como vítimas, como se nunca o jogo teria sido combinado. É uma coisa terrível, um dilema vivido por eles”, comenta.

Em 2004, as investigações de irregularidades em contratos das empresas Siemens e Alstom começaram na Suíça. A partir de 2008, a liderança do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) entrou com mais de 15 representações nos Ministérios Público Estadual e Federal. As representações denunciavam direcionamento nas licitações para aquisição e reforma de trens, na construção e extensão de linhas metro ferroviárias no estado, prática de corrupção, formação de cartel, lavagem de dinheiro, pagamento de propina às autoridades e prorrogações ilegais de contrato. No exterior, o Ministério Público alemão condenou a Siemens e apontou pagamento de propina de R$ 24,4 milhões a funcionários de alto escalão do governo do PSDB.

Ouça aqui a reportagem de Vera Rodrigues:.