Em cerimônia

Dilma diz que país precisa avançar ‘a passos rápidos’

Presidenta lembra que ao contrário da Europa, onde se luta para recuperar o emprego e direitos perdidos, no Brasil as manifestações pedem ampliação de conquistas

Roberto Stuckert Filho/PR

Durante lançamento de campus na Universidade Federal de Alfenas, a presidenta reforçou a necessidade de reduzir desigualdade na educação

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (7) que as manifestações do mês de junho mostraram que os brasileiros “não lutam por direitos perdidos, mas sim por mais direitos”. Segundo ela, ao contrário da Europa, onde as manifestações são pela recuperação do emprego e de direitos perdidos, o Brasil luta para ampliar as conquistas sociais dos últimos dez anos.

“Em outros países se luta por mais democracia e em outros por crise do sistema financeiro que lá começou, como no Ocupy Wall Street. Aqui lutamos para ampliar conquistas que tivemos nos últimos dez anos, com a certeza que temos um modelo diferente para nós. Toda conquista é apenas um começo. Eu dizia que superação da pobreza é só um começo. Depois disso temos que garantir serviços na saúde, transporte… É fundamental que percebamos que Brasil tem de avançar em passos rápidos.” 

As afirmações foram feitas na cerimônia de lançamento do campus avançado da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), em Varginha (MG).

“O Brasil mudou de patamar. Vimos, por exemplo, manifestações, vimos as pessoas pedindo mais. Não vimos ninguém querendo voltar para trás, mas sim ir pra frente. No Brasil nós nos últimos dez anos passamos por grande transformação. Eu sou da época em que não existia liberdade de expressão, de opinião, de reivindicação. E ninguém aceitava observação crítica sobre nada. Mudamos muito, sobretudo em uma coisa: perceber que nós hoje somos um grande país democrático.”

A presidenta também falou da importância de uma melhoria na educação pública do país, e defendeu, mais uma vez, o uso dos recursos dos royalties do petróleo e do fundo social do pré-sal para investimentos na área.

“Tenho certeza que muito falta. No Brasil tem uma coisa engraçada, pessoal quer aumentar o gasto e não diz da onde sai o dinheiro. A grande fonte de recurso para educação é a maior receita que o país tem para comercializar e utilizar, os royalties do petróleo, do pós-sal e do pré-sal. Defendemos este uso. Nosso país só será desenvolvido de fato não apenas se o PIB crescer, mas se mudarmos radicalmente a qualidade da educação prestada a crianças e jovens do país.”

A necessidade de reduzir as desigualdade de acesso ao ensino também foi lembrada por Dilma, que destacou a interiorização das universidades federais.

“Um dos fatores de desigualdade esta neste acesso diferenciado. Nós temos certeza que temos certeza contribuindo para o desenvolvimento regional. Quero crer com força que estamos dando passos para assegurar ampliação do acesso a educação para população que teve pais e parentes sem acesso a isso.”

“Interiorizar o campus tem um potencial transformador no país, porque tem a capacidade de atrair investimentos, diminuir grau de concentração urbana, melhorar condições de vidada população”, complementou.

O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 41/2013, que destina os royalties da exploração do petróleo à educação (75%) e à saúde (25%), foi aprovado no início de julho. Segundo cálculos do governo federal, a partir de 2014 a educação terá fonte adicional de recursos da ordem de R$ 2 bilhões ao ano, além de um montante estimado em R$ 42 bilhões ao longo da próxima década.