Confirmado pré-candidato, Haddad vê contribuição de Lula como ‘inestimável’

Ministro da Educação avisa que desafio é melhorar vida do paulistano 'da porta para fora', porque governo Lula já garantiu avanços 'da porta para dentro'

Haddad agradeceu o apoio da presidenta Dilma e do ex-presidente Lula (Foto: Marcello Casal Junior/ Arquivo Agência Brasil)

São Paulo – O ministro da Educação, Fernando Haddad, foi confirmado, no início da tarde desta sexta-feira (11), como pré-candidato único do PT à eleição municipal da capital paulista em 2012. O anúncio foi feito em entrevista coletiva com a presença dos dois outros postulantes à indicação, os deptuados federais Carlos Zarattini e Jilmar Tatto. Haddad fez repetidas referências a seu principal apoiador, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à presidenta Dilma Rousseff, cujas contribuições qualificou como “inestimáveis”.

Com a decisão, as prévias marcadas para o dia 27 ficam canceladas. Também participaram da reunião em que foi selada a costura os presidentes nacional do PT, o deputado federal Rui Falcão, e do diretório municipal, o vereador Antonio Donato. A atuação da direção da legenda em São Paulo foi aplaudida pelas partes, por ter evitado uma disputa que poderia promover divisões internas.

Para Haddad, o governo Lula já melhorou a vida do paulistano “da porta para dentro”. Por isso, “uma das prioridades para a cidade é a vida do paulistano melhorar da porta para fora de casa”.

Apesar de nunca ter disputado nenhuma eleição, seja a cargo no Legislativo, seja no Executivo, Haddad disse que não vê a inexperiência como problema, e disse haver outros exemplos de pessoas bem sucedidas na estreia. A presidenta Dilma Rousseff se elegeu em 2010 mesmo sem ter concorrido antes a cargos eletivos.

Em relação a alianças, Haddad afirmou que a prioridade é conversamos com os demais partidos, especialmente os da base do governo Dilma. Por isso, considera prematuro pensar na composição das forças para definir quem o acompanharia na chapa, como vice.

Mas deixou claro que isso exclui o PSD, nova legenda, articulada pelo atual prefeito, Gilberto Kassab. “O sentimento da militância do PT é de mudança, não de continuidade”, disse o pré-candidato.

Embora parte dos 56 deputados e dois senadores arrebanhados por Kassab para o PSD tenham saído de legendas de oposição ao governo federal, a movimentação permite uma aproximação com o governo. A princípio, os pedessistas não compõem a base aliada de Dilma.

Rui Falcão, presidente nacional do partido, foi além. Além do partido de Kassab, ele considera descartadas alianças com agremiações de oposição a Dilma – o que inclui PSDB, PPS e DEM.

Consenso

Ao retirar suas pré-candidaturas, os deputados federais justificaram a decisão. “Hoje estamos concluindo esse processo político dentro do PT, que foi amplamente democrático”, disse Zarattini. Tatto seguiu a linha adotada por outra desistente, a senadora e ex-prefeita Marta Suplicy. “Ir para a disputa das prévias significava esgarçarmos o partidos”, disse Tatto. Além deles, o também senador Eduardo Suplicy abandonou a disputa.

Para Rui Falcão, o consenso foi alcançado em “um processo muito bem conduzido” pelo diretório municipal, com mobilização de oito mil filiados em caravanas realizadas pela cidade para debater propostas em várias regiões da cidade. “Jilmar e Zarattini mostraram grandeza de seus mandatos e fidelidade partidária”, elogiou Falcão.

Outros partidos

Fora do PT, também há pouca certeza sobre nomes, mas a temporada de especulação está deflagrada. O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles migrou para o PSD, do prefeito Gilberto Kassab, e mudou seu domicílio eleitoral de Goiânia para a capital paulista.

Pelo menos outros dois nomes colocados na corrida filiaram-se há mais tempo. O deputado federal Gabriel Chalita trocou o PSB, pelo qual foi eleito, pelo PMDB, onde conta com o apoio do também ex-socialista e presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.

O presidente da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), Luiz Flávio Borges D’Urso, não mantinha vínculo partidário antes de aderir ao PTB. É pré-candidato.

O vereador Netinho de Paula (PCdoB) e o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical (PDT), também se afirmam pré-candidatos.

No PSDB, a divisão se dá entre o secretário estaduais de Meio Ambiente, Bruno Covas, de Cultura, Andrea Matarazzo, e de Energia, José Anibal, e o deputado federal Ricardo Trípoli, que também manifestaram desejo de concorrer. Além deles, são citados o senador Aloysio Nunes Ferreira e o ex-governador José Serra, embora não tenham declarado intenção de postular a candidatura.