Depois de atentado, desembargador sergipano terá carro blindado

São Paulo – O Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE) aprovou a compra de um carro blindado para ser usado pelo presidente do órgão, Luiz Antônio Mendonça, vítima de um […]

São Paulo – O Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE) aprovou a compra de um carro blindado para ser usado pelo presidente do órgão, Luiz Antônio Mendonça, vítima de um atentado na quarta-feira (18), com mais de trinta tiros. O desembargador está bem e já despacha em seu gabinete. Já o policial militar, Jailton Batista Pereira, 41, que dirigia o veículo, levou vários tiros, um deles na cabeça e continua internado em estado gravíssimo no hospital de Urgência de Sergipe (Huse).

Apesar da resistência do presidente do TRE-SE, a cúpula das polícias Civil e Militar do estado decidiu reforçar o aparato de segurança do magistrado. “Não podemos revelar muitos detalhes, por uma questão de segurança”, anunciou o delegado da Polícia Civil Júlio Flávio, responsável pela segurança do Tribunal de Justiça do estado (TJ-SE). “Mas o novo esquema contará com itinerários diferentes e escolta permanente e vai se estender também a familiares do desembargador, além de outros magistrados da Justiça sergipana”, completou, em entrevista a jornalistas.

Luiz Mendonça afirmou ser uma pessoa que gosta de rotina e da liberdade de andar com tranquilidade pelas ruas, mas para o delegado Flávio, o desejo do desembargador só será atendido após o crime ser desvendado.

A polícia trabalha com pelo menos cinco linhas de investigação. Além da Polícia Civil, trabalha no caso também a polícia federal. Por enquanto a única pessoa ouvida foi o próprio presidente do TRE-SE. Segundo o desembargador, a PF tem como principal suspeito Floro Calheiros, um pistoleiro conhecido na região, condenado, em 2007 pela Justiça Eleitoral por roubo de urnas eletrônicas no município de Canindé de São Francisco (SE), a cerca de 200 quilômetros da capital, Aracaju.

À época, Mendonça atuou no processo como promotor de Justiça. Em outro caso, ligado ao mesmo pistoleiro, suspeito de envolvimento no assassinato do deputado estadual Joaldo Barbosa, em 2003, o desembargador era secretário de Segurança do Estado.

O superintendente da Polícia Civil no estado, delegado João Batista Santos Júnior, disse que “ainda não descartou nenhuma possibilidade. O desembargador sempre foi uma pessoa muito dura no trabalho de combate ao crime. O lado pessoal também será checado. Hoje nós temos mais dúvidas do que certezas na cabeça e os investigadores também. Mas esperamos que essas dúvidas se transformem em uma certeza. Isso demanda tempo”, comentou ao portal G1.

Mesmo com as polícias “trabalhando em conjunto”, surgiram críticas de uma à outra. Para a PF, houve falta de cuidado da Polícia Civil nos momentos que se seguiram ao atentado. O agente federal entrevistado afirma que cápsulas de projéteis foram recolhidas do chão e curiosos teriam se aproximado do veículo que recebeu os disparos.

Em resposta o delegado da Polícia Civil, responsável pela segurança do Tribunal de Justiça do estado (TJ-SE), Júlio Flávio, disse que seria humanamente impossível fazer um isolamento perfeito, sem que curiosos e pessoas que queriam ajudar o motorista baleado encostassem no carro ou recolhessem cápsulas para preservar provas. Para ele, naquele local seria inevitável haver ação humana, porque ali é um dos lugares mais movimentados da cidade.