Violência continua

Gangues mantêm 178 agentes presos no Equador. Consenso de Brasília divulga ‘enérgico repúdio’ à violência

País realiza operações militares e policiais em todo o território nesta quinta. Grupo formado por dez nações lantino-americanas divulga documento

Reprodução/Twitter
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Gangues iniciaram os ataques supostamente como retaliação ao governo de Daniel Noboa

São Paulo – Quatro dias após o explosivo início da crise de violência no Equador, que já matou 16 pessoas, bandos criminosos mantêm 178 agentes penitenciários como reféns nos presídios do país, de acordo com o governo, em documento divulgado nesta quinta-feira (11). As gangues iniciaram os ataques supostamente como retaliação ao governo de Daniel Noboa, que promove verdadeira “caça” a Adolfo Macías, conhecido como Fito, considerado líder da facção Los Choneros. Ele fugiu da prisão no domingo (7).

Noboa detalhou hoje seus projetos para duas novas prisões de segurança máxima no país, como parte de seus planos de lutar contra as gangues de traficantes. Como reporta a Agência Reuters, o Estado equatoriano realizou operações militares e policiais em todo o país nesta quinta-feira, em resposta às ações de violência, que persistem.

Consenso de Brasília

Na frente diplomática, os países do Consenso de Brasília divulgaram nota na qual manifestam o “mais enérgico repúdio” à recente onda de violência e ataques criminosos contra a sociedade civil e as instituições do Equador. “O Consenso de Brasília unirá esforços para combater de forma coordenada este flagelo que atinge toda a região, sob os princípios do Direito Internacional e das legislações internas de cada país sul-americano”, afirma o comunicado (leia a íntegra em espanhol aqui).

O Consenso de Brasília é formado por Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Guiana, Suriname, Peru, Uruguai e Venezuela. Oficialmente chamado Cúpula de chefes de Estado da América do Sul de 2023, o evento foi convocado pelo governo brasileiro de Luiz Inácio Lula da Silva e realizado em Brasília em maio do ano passado.

“Esperamos um rápido restabelecimento da segurança e da ordem pública no marco do Estado de direito e das atuais instituições no Equador, com estima e respeito à democracia e aos direitos humanos”, acrescentou a entidade. O grupo reiterou a sua solidariedade às autoridades e ao povo equatoriano “neste momento difícil e muito particularmente com as vítimas destes atos de violência”.

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