Réu

Trump nega 34 acusações, e aliados dizem que ele é vítima de uma ‘caça às bruxas’

Segundo a promotoria, “Trump estava pagando serviços fictícios em 2017 para cobrir crimes reais no ano anterior”

Reprodução/Youtube
Reprodução/Youtube
Primeiro ex-presidente americano a se tormar réu e enfrentar acusações criminais se dirige a tribunal de cara amarrada

São Paulo – Primeiro ex-presidente americano a enfrentar acusações criminais e se tornar réu, Donald Trump apresentou-se às 13h25 (14h25 de Brasília) desta terça-feira (4) à Justiça em Nova York. O ex-chefe de governo se declarou inocente de todas as 34 acusações criminais ligadas a falsificações de registros. Uma delas é relacionada a um pagamento à atriz pornô Stormy Daniels para não falar sobre uma suposta relação em 2016, antes das eleições daquele ano, quando ele se elegeu.

O crime de suborno é menor e apenas oculta o mais grave. O pagamento foi feito por um advogado amigo de Trump. Depois, o então presidente reembolsou o aliado registrando o pagamento como “despesas advocatícias”. “Trump estava pagando serviços fictícios em 2017 para cobrir crimes reais no ano anterior”, disse o promotor Alvin Bragg.

Nas imagens no tribunal hoje, Trump estava com fisionomia severa e de “poucos amigos”. Enquanto estava sob custódia, as impressões digitais do ex-chefe de governo foram colhidas como de qualquer outro réu de criminal. Trump foi liberado e já segue para sua residência na Florida. Há a expectativa de um discurso do tipo comício. Se não, de algum modo ele certamente tentará se colocar como vítima e capitalizar a situação politicamente.  

Por acordo entre promotoria e defesa, ele não foi algemado. A defesa alegou que a denúncia é vazia e os crimes alegados não são reais. A estratégia, segundo a CNN, foi desqualificar a acusação.

Trump e o incentivo à violência

Em um diálogo entre o juiz e Trump, o magistrado teria manifestado preocupação contra os ataques do republicano ao promotor. Em 23 de março, Trump postou sua própria imagem na rede Truth Social, que ele criou, na qual ele mesmo segurava um taco de baseball e, ao lado, aparecia a foto do promotor Alvin Bragg.

A legenda dizia que se ele fosse indiciado criminalmente “haveria morte e destruição”. Depois, o ex-presidente negou a intenção e disse que sequer tinha postado a foto-montagem, mas tinha sido a rede social. “Eram duas fotos separadas”, justificou.

Promotor fala à imprensa

Em coletiva à imprensa após a audiência com Trump, Bragg esclareceu que há três subornos, e não apenas um, que envolvem outra mulher além de Stormy e um porteiro. O porteiro seria da Trump Tower e supostamente dizia ter informações sobre um filho ilegítimo. Teria recebido 30 mil dólares para silenciar. Uma suposta amante teria recebido 150 mil dólares. Stormy teria ganho outros 130 mil dólares para não revelar um relacionamento extraconjugal, segundo Bragg em nota à imprensa.

“Ele se entregou às autoridades em Manhattan na tarde de terça-feira e depois compareceu perante um juiz para sua acusação, onde se declarou inocente, uma cena surreal para um homem que já ocupou o Salão Oval e está montando uma terceira candidatura à Casa Branca”, anotou o jornal The New York Times.

Aliados do Partido Republicano defendem Trump e apontam “uma caça às bruxas política” e um “dia sombrio para a América”.


Leia também


Últimas notícias