Oriente Médio

Síria aceita colocar armas químicas sob controle internacional, diz Assad

Em entrevista à TV russa, presidente sírio diz que decisão não foi tomada em razão das ameças norte-americanas

© EFE/Sana

Bashar al Assad, presidente da Síria, aceitou proposta russa mas ressaltou que não se abala com ameaça de Obama

São Paulo – O presidente da Síria, Bashar al Assad, anunciou hoje (12) que aceita colocar as armas químicas de seu país sob controle internacional. No entanto, afirmou que só concordou com essa medida a pedido da Rússia, e não pelas “ameaças dos Estados Unidos”, disse o líder árabe em entrevista à TV estatal Rossiya-24, segundo a agência Interfax.

A Rússia propôs nesta segunda-feira (9) que a Síria ponha suas armas sob controle internacional para que sejam destruídas. Além disso, o país deveria assinar a Convenção Internacional para a Proibição de Armas Químicas.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, advertiu que a proposta russa para que Síria coopere com a comunidade internacional só servirá se os EUA e seus aliados renunciarem ao uso da força contra Damasco. “É difícil obrigar algum país, seja a Síria ou qualquer outro, a se desarmar de maneira unilateral se está sendo preparada contra ele uma ação de força”, disse Putin.

O presidente sírio também afirmou que vai entregar à ONU documentos sobre o arsenal químico do país, conforme previsto pelo plano russo de quatro etapas. Neste momento, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o chanceler russo, Sergei Lavrov, discutem o conflito sírio em Genebra.

Putin também alertou que uma ação militar norte-americana arrisca expandir o conflito sírio para além do país do Oriente Médio e resultar em ataques terroristas. Em artigo publicado no jornal New York Times, Putin disse haver “poucos defensores da democracia” na guerra civil de dois anos e meio na Síria, “mas há mais do que o suficiente combatentes da Al Qaeda e extremistas de todo tipo lutando contra o governo”.