Por decreto, papa aprova novas regras para antecipar início do conclave

Agora, se todos os cardeais estiverem em Roma antes do início da votação, ela poderá ser realizada antes do previsto

São Paulo – O papa Bento XVI decretou hoje (25) mudanças na legislação da igreja católica que permitirão aos cardeais iniciar o conclave, reunião para a escolha do próximo sumo-pontífice, antes do prazo anteriormente estipulado. Segundo ato promulgado pelo líder religioso, a decisão de antecipar a votação não caberá mais a ele, mas ao Colégio de Cardeais que, se preferir, poderá também adiar o início do encontro em até 20 dias.

Não há, até o momento, confirmação de que a reunião será antecipada, nem de uma data marcada para o início do ritual de escolha do sucessor do atual líder da igreja católica. Anteriormente, o conclave deveria começar 15 dias após a morte ou renúncia de um pontífice. Esse período entre a ausência de um papa e o início do conclave é chamado de sé vacante. Pela lei anterior, o conclave começaria no dia 15 de março.

“É preciso se esperar quinze dias completos para começar o conclave (…) mas deixo ao colégio cardinalício a faculdade de antecipar o início do conclave se constar que estão presentes todos os cardeais eleitores, como também a possibilidade de atrasá-lo se houver motivos graves. No entanto, transcorridos vinte dias do início da sé vacante, todos os cardeais presentes têm de proceder a eleição”, explicou o Papa.

Oficialmente, Joseph Ratzinger, o Bento XVI, deixará o comando da igreja católica às 20h de quinta-feira (28) no horário de Roma (16h de Brasília).

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou que será preciso esperar o início da sé vacante e a reunião dos cardeais para saber quando vai começar o conclave.

A primeira congregação de cardeais será realizada sexta-feira (1º), no dia seguinte à renúncia oficial.

Para ser eleito, o próximo papa terá de receber pelo menos dois terços dos votos dos 116 cardeais com menos de 80 anos com direito a voto. Inicialmente seriam 117 eleitores, mas esse número foi reduzido com a renúncia do cardeal britânico Keith O’Brien, acusado de abuso sexual, confirmada hoje.