Para OEA, Equador enfrentou tentativa de golpe, mas tem democracia ‘sólida’

Washington – A Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmou nesta quarta-feira (6) que parte dos dirigentes da revolta policial ocorrida no dia 30 no Equador tinha por objetivo “desestabilizar” o […]

Washington – A Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmou nesta quarta-feira (6) que parte dos dirigentes da revolta policial ocorrida no dia 30 no Equador tinha por objetivo “desestabilizar” o governo, mas garantiu que a democracia do país é “sólida”.

De acordo com o secretário-geral da entidade, José Miguel Insulza — que apresenta nesta quarta-feira em Washington o informe sobre sua viagem a Quito no dia 1º, na qual prestou apoio ao presidente Rafael Correa — “o que se conseguiu deter no Equador na quinta-feira foi uma tentativa de golpe de Estado”.

“Estou convencido de que provavelmente uma parte importante do contingente policial que se insurgiu pode ter sido levada a esta sublevação com argumentos econômicos”, assinalou Insulza, referindo-se ao motivo alegado pelas forças de ordem para o início da revolta — protestos contra uma lei que retiraria benefícios e prêmios.

“Mas não me cabe dúvida de que a intenção de outros que estavam nesta atividade e que provavelmente não foram vistos na primeira fila” da rebelião “em um primeiro momento era levar a sublevação até a ingovernabilidade e provocar a desestabilização do governo de Correa”, acrescentou o secretário-geral.

Em sua apresentação diante do Conselho Permanente da OEA, Insulza avaliou que a “estratégia” de parte dos policiais era “criar uma situação de caos e, no mínimo, obrigar o governo a ceder completamente às exigências” econômicas, e “no máximo, provocar sua desestabilização”. “Acredito que isso é um golpe de Estado”, acrescentou.

Ele também elogiou a democracia do país de Correa, mas reconheceu que a nação foi prejudicada pelos protestos e conflitos da quinta-feira passada, que resultaram na morte de pelo menos sete pessoas e deixaram centenas de feridos.

“Voltei [de Quito] muito convencido de que a democracia equatoriana é sólida, que resistiu a um ataque importante”, mas que “certamente o país ficou danificado pelo ocorrido”, comentou Insulza. Segundo ele, o Equador “tem a fortaleza e a liderança necessárias para seguir adiante”.

O secretário-geral da OEA também aproveitou a ocasião para solicitar que “a morte de equatorianos” durante a sublevação policial “seja sancionada”, assim como aqueles que executaram a rebelião.

Na terça-feira (6), representantes do governo de Correa voltaram a atribuir ao ex-presidente Lucio Gutiérrez (2003-2005) a autoria da tentativa de golpe de Estado, no mesmo dia em que o Estado de Exceção que havia sido decretado quinta-feira foi ampliado por mais três dias.

Fonte: Ansa Latina