Guerra

Oposição em Israel reforça pedido de renúncia de Netanyahu após demissão de general

Deputado Yair Lapid disse que “teria sido apropriado que o primeiro-ministro se demitisse” a exemplo do general Aharon Haliva, que apresentou carta nesta segunda por ter falhado ao não prever o ataque do Hamas em 7 de outubro, que matou 1200 israelenses

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Reação de Netanyahu ao ataque do Hamas, que mantém 133 reféns em Gaza, já matou mais de 34 mil palestinos, a maioria mulheres e crianças

São Paulo – O líder da oposição em Israel, Yair Lapid, exortou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a seguir os passos do chefe da Inteligência do exército e também renunciar ao cargo. O general Aharon Haliva pediu demissão nesta segunda-feira (22) por ter falhado e permitido o ataque do grupo Hamas em 7 de outubro.

“Com a autoridade vem uma grande responsabilidade”, escreveu Lapid na conta pessoal na rede social X, considerando “honrosa” a decisão de Haliva de pôr fim ao seu posto militar, uma vez que se considera responsável pela inação militar que não conseguiu evitar o massacre da organização islamita que matou 1.200 pessoas em solo israelense e permitiu o sequestro de cerca de 250 pessoas. Teria sido apropriado que o primeiro-ministro Netanyahu tivesse feito o mesmo”, escreveu a liderança em seu perfil na rede X, antigo Twitter.

O deputado Vladimir Beliak, do mesmo partido de Lapid, o Yesh Atid, também pediu a renúncia de Netanyahu. Isso independente da criação de uma comissão de inquérito para identificar os responsáveis pelo que chama de “gestão da tragédia de 7 de outubro. Naquele sábado, o Hamas fez um ataque surpresa, que matou 1200 israelenses. Ainda há 133 reféns na Faixa de Gaza, cujo resgate Netanyahu usa como justificativa para os ataques que já mataram mais de 34 mil palestinos, a maioria mulheres e crianças.

General de Israel diz carregar “dor da guerra”

Haliva é o primeiro alto funcionário de Israel a se demitir. Em comunicado, as Forças Armadas informaram que o chefe do Estado-Maior aceitou o pedido de demissão, agradecendo os serviços prestados.

Na carta de renúncia, o general assume a responsabilidade pela falha. E afirma que carregará para “sempre a terrível dor da guerra”.

“A divisão de inteligência sob meu comando não esteve à altura da tarefa que nos foi confiada”, afirmou. “Eu carrego aquele dia comigo desde então. Dia após dia, noite após noite. Carregarei para sempre a terrível dor da guerra”. Na carta, Haliva pede “uma investigação exaustiva sobre os fatores e circunstâncias” que levaram ao ataque.

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Redação: Cida de Oliveira, com informações da Agência Lusa