ONG calcula em 640 os mortos na Líbia

Manifestante com cartaz: “Não à destruição, sim à construção do nosso país” (Foto: Reuters) São Paulo – O número de mortos na Líbia alcança 640 pessoas desde o dia 15, […]

Manifestante com cartaz: “Não à destruição, sim à construção do nosso país” (Foto: Reuters)

São Paulo – O número de mortos na Líbia alcança 640 pessoas desde o dia 15, quando se iniciaram os protestos contra Muammar Khadafi, segundo a Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH). Desse total, 130 vítimas fatais são militares da região de Benghazi, a segunda maior cidade do país, por se recusar a atirar contra manifestantes. A cidade está sob o controle dos oposicionistas e paira um clima de medo sobre a capital, Trípoli.

A entidade afirma que o cálculo é baseado em fontes médicas e militares. A FIDH considera os assassinatos ocorrem de forma “sistemática e generalizada”, acrescentou Souhayr Belhassen, presidente da organização. A intervenção do Tribunal Penal Internacional (TPI) deve ser solicitada pelos ativistas.

Segundo o governo líbio, em estimativa divulgada nesta terça-feira (23), os mortos somam 300 pessoas, dos quais 189 são civis e outros 111 membros das forças de segurança, militares ou policiais.

Dominada

Milhares de líbios celebraram a libertação da cidade de Benghazi apesar dos rumores de que o líder teria enviado um avião para fazer um bombardeio contra os revoltosos. A tripulação teria se ejetado depois da decolagem e o aparelho, caído em local desabitado, segundo relato de uma fonte militar ao jornal local Quryna.

Trípoli e o restante do oeste líbio continuam sob o domínio de Khadafi, e moradores da cidade disseram estar com muito medo de milícias pró-governo e, por isso, evitam sair de casa desde um discurso em que o ditador ameaçou usar a violência contra manifestantes, na noite desta terça-feira.

Grande parte do leste do país, importante região produtora de petróleo, está agora nas mãos dos rebeldes. Uma prisão vazia estava em chamas em Benghazi, e as pessoas soltavam rojões e buzinavam para celebrar o fim da violência dos últimos dias.

O líder líbio, que já foi muito respeitado pela população do país apesar do seu regime repressor, convocou uma grande manifestação de apoio na quarta-feira, mas apenas cerca de 150 pessoas foram à praça Verde, no centro de Trípoli, levando a bandeira líbia e o retrato de Gaddafi.

“Muita gente está com medo de sair de casa em Trípoli, e atiradores pró-Khadafi estão vagando por aí, ameaçando quaisquer pessoas que se reúnam em grupos”, disse o tunisiano Marwan Mohammed, que cruzou a fronteira de volta para o seu país.

 

 

Com informações do Opera Mundi e da Reuters