OEA volta a condenar assassinatos em Honduras

Efeitos do golpe de junho de 2009 são tema de “puxão de orelha” da Comissão Interamericana de Direitos Humanos pela segunda vez em menos de dez dias

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) chamou atenção, pela segunda vez em menos de dez dias, para os assassinatos ocorreram recentemente em Honduras. Em 8 de março, a entidade, integrante da Organização dos Estados Americanos (OEA), havia pedido o fim da execução de militantes da oposição. Agora, condenou o assassinato de um jornalista.

Em comunicado, a instituição aponta mais uma vez que a morte está ligada ao golpe de Estado de 28 de junho de 2009. Desde então, mesmo com a troca de governo, assumido por Porfírio Pepe Lobo – eleito em um pleito contestado pela oposição – mortes acontecem no país como represália aos militantes pró-Manuel Zelaya, presidente eleito e deposto.

O jornalista Nahum Palacios Arteaga, morto no domingo (14), estava sob medidas cauteladas ditadas pela própria CIDH, o que motivou a emissão de uma condenação enérgica “à falta de garantias para o exercício da liberdade de expressão no país”. Palacios cobriu as manifestações organizadas como resistência ao golpe e manifestou publicamente que repudiava o governo de Roberto Micheletti, deputado que comandou a derrubada de Zelaya.

Nas últimas semanas, o repórter recebeu novas ameaças por tornar público o conflito agrário entre um movimento camponês e empresários. “Neste sentido, é urgente que as autoridades hondurenhas investiguem este crime de maneira rápida e eficaz, e insta que seus responsáveis materiais e intelectuais sejam devidamente julgados e punidos”, informa o comunicado.

O documento lembra ainda que é a terceira morte de jornalista em menos de um mês no país centro-americano. Antes de Palacios, perderam a vida Joseph Fernandez Ochoa e David Mesa Montezinos.

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