Museu do Louvre

Ativistas jogam sopa na Mona Lisa em protesto por segurança alimentar sustentável

“O que é mais importante, a arte ou o direito a alimentos saudáveis e sustentáveis?”, disse uma das duas ativistas do grupo francês Riposte Alimentaire, responsável pela ação no Museu do Louvre

(twitter/riposte_alim)
(twitter/riposte_alim)
Ideia não é danificar a obra, que fica protegida por um vidro blindado

São Paulo – Duas ativistas do grupo francês Riposte Alimentaire jogaram sopa na Mona Lisa, uma das obras de arte mais famosas do mundo, em protesto por segurança alimentar sustentável. Neste domingo (28), elas invadiram o isolamento onde fica a pintura de Leonardo da Vinci datada do século 16 e gritaram palavras de ordem como “alimentação saudável e agricultura sustentável” e “o que é mais importante, a arte ou o direito a alimentos saudáveis e sustentáveis? Nosso sistema agrícola está doente”.

A Mona Lisa não foi atingida diretamente, já que é protegida por um vidro blindado no Museu do Louvre, em Paris. Logo após a ação, foram colocados painéis pretos sobre o espaço onde a pintura fica e o local esvaziado para limpeza. A intenção dos ativistas em ações deste estilo não é danificar as obras, pois é sabido que as obras são protegidas. O objetivo, portanto, é chamar a atenção para as bandeiras que defendem. Em 2022 um homem jogou bolo no quadro, dizendo aos presentes para “pensarem no planeta”.

Direito fundamental

Em seu perfil na rede social X, antigo Twitter, o grupo Riposte Alimentaire identificou as ativistas como Sasha, de 24 anos, e Marie-Juliette, de 63 anos. A postagem do grupo disse que na França, “uma em cada três pessoas perde refeições por falta de meios. Ao mesmo tempo, 20% dos alimentos produzidos são jogados fora. Nosso modelo estigmatiza os mais carentes e não respeita nosso direito fundamental à alimentação”.

Os responsáveis pelo problema, segundo o Riposte Alimentaire, são claros. “Esta violência que pesa sobre a nossa alimentação e sobre aqueles que a permitem tem causas claras: a indústria agroalimentar aumentou as suas margens para 48% no ano passado e estima-se que os seus lucros excessivos sejam responsáveis por dois terços da inflação. Ao mesmo tempo, os tratados europeus de comércio livre criam condições para a concorrência desleal entre a agricultura nacional e os produtos estrangeiros que não cumprem os padrões ecológicos e sociais mínimos.”

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