Solidariedade

Manifestação na embaixada dos Estados Unidos pede solidariedade e o fim às perseguições contra Cuba

Há décadas os Estados Unidos prejudicam incansavelmente Cuba para tentar impor à ilha seu modelo de capitalismo de mercado

Divulgação/Levante
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Embargos são movimentos ideológicos norte-americanos de luta cega contra regimes que desafiem sua hegemonia

São Paulo – Ativistas realizaram um escracho hoje (18) na embaixada dos Estados Unidos, em São Paulo. O movimento puxado pelo Levante Popular da Juventude cobra a retirada de Cuba da lista norte-americana dos países patrocinadores do terrorismo. Há décadas os Estados Unidos prejudicam incansavelmente a ilha caribenha para tentar impor a eles seu modelo de capitalismo de mercado.

Em contrapartida, Cuba possui como orientação primária nas relações internacionais a cooperação entre os povos e os trabalhadores. Nas últimas décadas, o mundo viu Cuba exportar médicos e ajuda humanitária; nunca houve qualquer relação com nenhum tipo de terrorismo. Contudo, a sanha dos Estados Unidos também implica em bloqueios comerciais, que impedem a ilha de acessar coisas básicas, como medicamentos. Isso porque, qualquer navio de comércio que atracar em Havana fica impedido de passar por qualquer porto norte-americano, um dos maiores mercados consumidores do mundo.

Então, diante de flagrante injustiça, de acordo com os movimentos sociais, passou o tempo do país levantar esses ataques sem fundamento ao povo cubano. “Há décadas o governo dos Estados Unidos vem adotando uma política hostil, buscando isolar o povo cubano por meio de diversas sanções. Então, em meio à pandemia, no ano de 2021, o governo Trump reforçou o bloqueio com 243 novas sanções e incluiu novamente Cuba na Lista de Estados Patrocinadores do Terrorismo”, afirma o Levante.

“A decisão de incluir ou excluir um Estado da lista de países patrocinadores do terrorismo cabe exclusivamente ao presidente dos Estados Unidos e pode ser tomada a qualquer momento. Por isso, com a ousadia da juventude, o Levante ocupa o Consulado estadunidense pelo compromisso com a luta internacionalista, pela luta do povo latino-americano contra os tentáculos do imperialismo e pelo legado da revolução cubana”, completam os ativistas, em nota.

Os embargos contra Cuba

Os embargos dos Estados Unidos contra Cuba são políticas que começaram a ser implementada em meados do século 20. Trata-se de um movimento ideológico norte-americano de luta cega contra regimes que desafiem sua hegemonia. Em particular, aqueles ligados ao comunismo e ao socialismo. Trata-se, inclusive, de uma fobia irracional provocada pelo governo em um movimento conhecido como Macartismo. Estes fatos continuam a afetar as relações bilaterais e prejudicam a ilha diante de toda a comunidade internacional. Abaixo, um histórico detalhado dos principais eventos relacionados ao embargo dos EUA contra Cuba:

1960 – Origens do Embargo:

  • 1960: Os Estados Unidos suspendem a cota de açúcar cubano e impõem um embargo parcial, proibindo a exportação de armas para Cuba.
  • 1961: O governo dos EUA corta relações diplomáticas com Cuba após a Revolução Cubana liderada por Fidel Castro e apoia a tentativa de invasão da Baía dos Porcos.
  • 1962: O presidente dos EUA, John F. Kennedy, impõe um embargo econômico completo, proibindo o comércio e as viagens entre os dois países. Isso marcou o início do embargo atualmente em vigor.

1970 – Tensões Continuam em Cuba:

  • 1977: Jimmy Carter, presidente dos EUA, relaxa parcialmente as restrições de viagem e envia alimentos para Cuba.
  • 1980: Crise dos refugiados cubanos conhecida como “Êxodo de Mariel” leva a um aumento nas tensões entre os dois países.

1990 – Período Especial e Reformas Econômicas:

  • 1992: O Ato para a Democracia Cubana (Cuban Democracy Act) e a Lei de Liberdade e Solidariedade Democrática Cubana (Cuban Liberty and Democratic Solidarity Act, também conhecida como Lei Helms-Burton) são aprovados, fortalecendo o embargo.
  • 1993: Cuba enfrenta dificuldades econômicas agravadas após o colapso da União Soviética, conhecido como o “Período Especial”. Nesse contexto, o governo cubano inicia reformas econômicas limitadas.

2000 – Tensões Persistem em Cuba:

  • 2000: O presidente dos EUA, Bill Clinton, assina uma lei que permite a venda de alimentos e medicamentos para Cuba em caráter humanitário.
  • 2009: O presidente cubano Fidel Castro renuncia e seu irmão, Raúl Castro, assume a presidência.

2010 – Degelo nas Relações:

  • 2014: Os presidentes Barack Obama e Raúl Castro anunciam a retomada das relações diplomáticas e uma série de medidas para flexibilizar o embargo, incluindo a reabertura de embaixadas.
  • 2016: Voos comerciais regulares entre os EUA e Cuba são restaurados após mais de cinco décadas.

2020 – Retrocesso nas Relações:

  • 2020: O governo de Donald Trump adota uma política mais restritiva em relação a Cuba, revertendo várias das medidas de flexibilização implementadas por Obama.
  • 2021: O presidente Joe Biden inicia sua gestão, mas ainda não há uma reversão completa das políticas de Trump em relação a Cuba.


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