Integração

Lula participa de reunião com presidente da Guiana e reafirma postura pela paz

Lula afirmou que o Brasil não poupará esforços pela estabilidade, mas que atrito entre Venezuela e Guiana não foi pauta principal do encontro

Ricardo Stuckert / PR
Ricardo Stuckert / PR
O encontro entre Lula e o presidente da Guiana não foi marcado para discutir especificamente a questão de Essequibo, como esclareceu Lula

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu uma entrevista após encontro com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, em Georgetown. De acordo com o petista, a recente investida do presidente venezuelano Nicolás Maduro em relação ao território de Essequibo (hoje Guiana, pleiteado pela Venezuela) não foi pauta da reunião. Contudo, sobre o caso, Lula afirmou que o Brasil não poupará esforços para manter a estabilidade na América do Sul.

O encontro entre Lula e o presidente da Guiana não foi marcado para discutir especificamente a questão de Essequibo, como esclareceu Lula. Foi uma oportunidade bilateral para debater desenvolvimento e investimentos. Particularmente em relação à reunião da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). No entanto, Lula assegurou que o Brasil está disposto a dialogar com ambos, Guiana e Venezuela, quando necessário. Então, Lula enfatizou o compromisso brasileiro com a paz e o diálogo na região.

“A reunião que fiz com o presidente Irfaan não foi a portas fechadas. Foi uma reunião em que participaram muitos ministros (…) Era uma reunião bilateral para discutir desenvolvimento, discutir investimento. Mas o presidente Irfaan sabe, como sabe o presidente Maduro, que o Brasil está disposto a conversar com eles a hora que for necessário, quando for necessário. Porque queremos convencer as pessoas de que é possível, é possível, através de muito diálogo, a gente encontrar a manutenção da paz”, disse Lula.

A questão da Guiana e Essequibo

Venezuela e Guiana disputam o território de Essequibo há décadas. Trata-se de uma reivindicação do governo venezuelano, que se apropriaria de praticamente metade do território da Guiana. No ano passado, um plebiscito na Venezuela venceu por maioria absoluta a anexação da região.

Então, Lula ressaltou que a questão de Essequibo tem relevância, dada sua longa história e a complexidade que a envolve. Ele expressou a importância de continuar o debate de forma pacífica e diplomática, reconhecendo que resolver esse impasse pode levar ainda mais tempo, mas destacando que a violência não é a solução.

“É um assunto que já tem anos e é um assunto que já passou pela justiça, já passou pela ONU e é um assunto que vai continuar. O que nós vamos trabalhar é para que esse assunto continue sendo motivo de muita conversa, de muito debate e que a gente possa encontrar uma solução da forma mais amigável possível”, argumentou o presidente.

Papel brasileiro

Sobre o papel atribuído a Lula pelo presidente Ali na promoção da estabilidade na América do Sul, Lula humildemente agradeceu. Então, enfatizou sua abordagem de respeito mútuo entre os líderes sul-americanos e sua busca por relações civilizadas em meio a qualquer conflito. Ele afirmou que é essencial ter paciência e evitar a escalada de violência, defendendo a retomada do diálogo como uma forma de garantir a paz na região.

Assim, o Brasil continua a desempenhar um papel ativo na busca por soluções pacíficas e na promoção da estabilidade na América do Sul, reforçando seu compromisso com o diálogo e a cooperação entre as nações. “Veja, eu tento manter, com os presidentes da América do Sul, desde 2003, uma relação muito irmã, uma relação muito fraterna. Veja, porque eu nunca me preocupo apenas com quem é o presidente de um país, eu respeito todos os presidentes, porque eles foram eleitos pelo povo deles e eu acho que é o povo que decide.”