Extrema direita

Governo argentino aproveita crise no Equador para fazer discurso intervencionista

“Estamos dispostos a enviar forças de segurança, se necessário, para ajudar o Equador”, disse a ministra da Segurança de Milei nesta quarta

Reprodução/Twitter
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"Estamos dispostos a enviar forças de segurança, se necessário, para ajudar o Equador", diz ministra

São Paulo – A crise de violência no Equador, que já provocou 13 mortes nas últimas horas, incentivou a extrema direita no poder na Argentina a tentar se apropriar de um discurso intervencionista. A ministra da Segurança do governo Javier Milei, Patricia Bullrich, afirmou que quer enviar militares ao vizinho sul-americano, que está sob “estado de guerra”.

“Estamos dispostos a enviar forças de segurança, se necessário, para ajudar o Equador”, disse Bullrich ao canal argentino TN. A ministra justifica sua boa vontade dizendo que “o que acontece no Equador, na Colômbia, no Peru e na Bolívia afeta a Argentina”. “Temos que nos proteger como país e como continente”, afirmou.

“O Equador passou de um país pacífico com uma baixa taxa de homicídios a um país dominado pelo narcoterrorismo. Não devemos recuar contra as máfias, devemos lutar todos os dias para impor o peso da lei e a força do Estado para cuidar dos cidadãos”, acrescentou a auxiliar de Milei.

Junto com os EUA

A ministra e o governo argentino aproveitam o discurso dos Estados Unidos para reforçar a intenção de participar da “ajuda” ao Equador. O governo do democrata Joe Biden condenou enfaticamente os ataques de grupos armados no Equador. A Casa Branca emitiu sinais de que quer cooperar com os “parceiros” para levar os criminosos à justiça, segundo o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, na quarta-feira (10).

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O presidente do Equador disse nesta quarta-feira (10) que o país começará a deportar detentos estrangeiros, principalmente colombianos, para reduzir a população carcerária e os gastos após o surto de violência no país sul-americano.

Segundo o político, cerca de 1.500 colombianos estão nas prisões equatorianas. Somados a eles, prisioneiros do Peru e da Venezuela representam 90% da população carcerária do país.