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Fome ronda 40% da população palestina de Gaza, alerta agência da ONU

Diretor da ONU para refugiados da Palestina disse que a população está desesperada e com fome; 40% dos palestinos não deverão ter água e comida nos próximos dias

Reprodução
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Multidão cerca um caminhão de ajuda humanitária: "População faminta e desesperada"

São Paulo – Após quase três meses sob intensos bombardeios israelenses, 40% dos sobreviventes da população palestina em Gaza corre o risco imediato de não ter o que comer e praticamente nem água para beber. O alerta foi feito neste sábado (30) pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA).

“Precisamos de abastecimentos regulares e de acesso humanitário seguro e sustentável em toda a Faixa de Gaza”, escreveu a UNRWA numa mensagem publicada na rede social X, partilhando também um vídeo do diretor desta agência que mostra a chegada de um comboio humanitário a Gaza: “As pessoas estão com fome e desesperadas por comida. Comboio da UNRWA na cidade de Gaza esta semana”, disse Thomas White.

Aumento dos ataques israelenses em Gaza

Nesta sexta-feira (29), o gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) disse à BBC que nos últimos dias pelo menos 100 mil pessoas se deslocaram para Rafah, cidade mais ao sul de Gaza. O motivo é o aumento dos combates em Khan Younis e arredores, também no sul de Gaza, aumentando a superlotação e reduzindo a disponibilidade de recursos.

Segundo Thomas White, que se encontra em Rafah, há “bem mais de um milhão de pessoas” em busca de segurança na cidade, uma situação de sobrelotação que está levando milhares de pessoas a dormir ao ar livre “sob frágeis pedaços de plástico”.

uliette Touma, também da UNRWA, disse à BBC que “as necessidades humanitárias no terreno continuaram a crescer enormemente”. E que “nenhum lugar é seguro em Gaza, nem no norte, nem no centro e nem no sul”.

Jornal de Israel fala em 1.300 israelenses mortos

De acordo com informações do Ministério da Saúde do Hamas, divulgadas na sexta-feira (29), pelo menos 165 palestinianos foram mortos e outros 250 ficaram feridos em 14 ataques israelenses nas 24 horas anteriores. Desde o início do conflito, em 7 de outubro, morreram 21.672 habitantes de Gaza. E foram feridos 56.165 devido aos ataques, dos quais 70% das vítimas são mulheres e crianças. Cerca de 5 300 pessoas precisam de ser retiradas para o estrangeiro, para receberem atendimento médico, na falta de assistência adequada na Faixa de Gaza.

Já segundo o jornal israelense Haaretz indicava também nesta quinta pelos menos 1.300 civis e militares em Israel desde 7 de outubro.

Ainda segundo o Ministério da Saúde palestino, atual mecanismo de retirada diária de pessoas feridas ou doentes, através da passagem de Rafah para a Península do Sinai, no Egito, “não satisfaz”. Até agora, apenas 1% dos feridos foram autorizados a sair.

A Federação Árabe Palestina do Brasil reproduziu a imagem do diretor da ONU. E classificou como mais uma consequência do “genocídio israelense”.

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Redação: Cida de Oliveira, com Diário de Notícias