Fidel classifica Hugo Chávez como ‘melhor amigo’ dos cubanos em todos os tempos

Para Fidel, Chávez soube pensar nos mais pobres e nos injustiçados (Foto: Alan Marques/Folhapress) São Paulo – O ex-presidente cubano Fidel Castro publicou hoje (11) artigo no qual afirma ter […]

Para Fidel, Chávez soube pensar nos mais pobres e nos injustiçados (Foto: Alan Marques/Folhapress)

São Paulo – O ex-presidente cubano Fidel Castro publicou hoje (11) artigo no qual afirma ter sido surpreendido no último dia 5 pela morte do venezuelano Hugo Chávez. No texto, publicado no jornal Granma, o líder classifica o presidente da nação sul-americana como o “melhor amigo do povo cubano ao longo de sua história”. 

“Ainda que conhecêssemos seu estado crítico de saúde, a notícia nos golpeou com força”, confessa Fidel. “Cabe-nos a honra de ter compartilhado com o líder boliviariano os mesmos ideais de justiça social e de apoio aos explorados. Os pobres são os pobres em qualquer parte do mundo.”

Fidel recorda discursos de personagens históricos das Américas, em especial o libertador Simón Bolívar, venezuelano, que já no século 19 queixava-se que os Estados Unidos estavam destinados a prejudicar o continente de misérias “em nome da liberdade”.

Em outra passagem do texto publicado hoje, o ex-presidente cubano recorda um discurso feito por ele há 59 anos, quando do fim de uma ditadura na Venezuela, em que afirmou que o país, por ser a terra de Bolívar, tinha o papel de conduzir as mudanças necessárias ao continente. “Ao vir a falar-lhes assim ao povo da Venezuela, o faço pensando honradamente e profundamente, que se queremos salvar a América, se queremos salvar a liberdade de cada uma de nossas sociedade, que, ao fim e ao cabo são parte de uma grande sociedade, que é a sociedade da América Latina; se é que queremos salvar a revolução de Cuba, a revolução da Venezuela e a revolução de todos os países de nosso continente, temos de aproximar-nos e temos de respaldar-nos solidamente, porque sozinhos e divididos fracassamos.”

Chávez valorizou o intercâmbio econômico e social com Cuba, transformando a Venezuela em um parceiro importante contra o bloqueio promovido há pouco mais de cinco décadas pelos Estados Unidos contra a ilha, e em um momento em que o governo de Fidel passava por dificuldades devido ao fim da União Soviética, uma aliada estratégica do ponto de vista financeiro.