Diplomacia

EUA aplicam reciprocidade e expulsam três diplomatas venezuelanos

Todos foram declarados como 'personas non grata' por Washington. Caracas repudiou a expulsão de seus funcionários

Miguel Gutiérrez/EFE

Kelly Keirderling nega ter participado de reuniões conspiratórias com a direita venezuelana

São Paulo – Em resposta à decisão do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de expulsar três diplomatas norte-americanos, os Estados Unidos anunciaram que também expulsaram três diplomatas venezuelanos, inclusive o encarregado de negócios da Embaixada em Washington, Calixto Ortega. Todos foram declarados como “personas non grata”. Caracas repudiou a expulsão de seus funcionários.

Ortega, assim como a segunda secretária da embaixada venezuelana em Washington, Mónica Alejandra Sánchez Morales, e a cônsul em Houston, Marisol Gutiérrez de Almeida, têm 48 horas para deixar o país, de acordo com a CNN. Em comunicado emitido ontem (1º), o governo venezuelano questiona a aplicação do princípio da reciprocidade, ressaltando “a conduta inequívoca de nossos funcionários, que não ousaram em nenhum momento manter reuniões com grupos contrários” ao governo de Barack Obama.

Ontem, o presidente venezuelano anunciou a expulsão da encarregada de negócios dos Estados Unidos na Venezuela, Kelly Keirderling, de Elizabeth Hoffman, da seção política, e do vice-cônsul Dave Moo, por terem se reunido com “a extrema-direita venezuelana” com a finalidade de apoiar planos de sabotagem e desestabilização.

“É lamentável que o governo venezuelano tenha decidido novamente expulsar diplomatas com base em alegações sem fundamento, o que requer uma ação recíproca. É contraproducente para os interesses dos dois países e não é uma forma séria de se dirigir a política externa de um país”, disse um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano citado pela emissora de televisão.

Washington “rejeita completamente as explicações do governo venezuelano sobre qualquer participação do governo dos Estados Unidos em qualquer tipo de conspiração para desestabilizar” o Executivo de Maduro, acrescentou o porta-voz.

Em uma entrevista coletiva posterior, em Caracas, Kelly rejeitou as acusações do governo venezuelano e disse que as operações consulares e comerciais continuarão com normalidade. “Todas as acusações de sabotagem, de conspiração, que nós vamos acabar com o mundo, todas são falsas”, disse Kelly, que, junto com os outros diplomatas expulsos, tem até amanhã para deixar a Venezuela.

No mesmo comunicado no qual repudia a expulsão de seus funcionários, Caracas afirma que as declarações de Kelly são uma “confissão da aberta ingerência nos assuntos internos da Venezuela”.

Com informações da rede multiestatal TeleSur

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