Em Portugal, auxílio familiar custará 15 horas de trabalho social
Para governo conservador, medida procura despertar 'senso comunitário'
Publicado 25/08/2012 - 15h03
A primeira cidade a colocar em prática essa exigência é o Porto, local de onde parte o maior número de pedidos de RSI em todo o país. Em entrevista ao jornal espanhol El Mundo, seu prefeito, o também conservador Rui Rio, defendeu que o Estado exija “uma contrapartida das pessoas que recebem à ajuda”. A seu ver, “Portugal sempre deveria ter feito isso e agora mais do que nunca, porque cada vez mais pessoas pedem o RSI”.
Para Rio, “muitos pensam que o Estado tem a obrigação de dar à população sem exigir nada em troca”. Até agora, o Porto “empregou” 70 trabalhadores em serviços diversos com jardinaria e zeladoria de espaços públicos. Vinte abdicaram do RSI ao se recusarem a aceitar a medida.
‘Financiamento da preguiça’
“Este país avança com trabalho, avança com aqueles que contribuem para a riqueza da nação, (…) não avança com financiamentos de preguiça”, disse o ministro da Previdência Social de Portugal a jornalistas no último dia 9 de agosto, ao final de um ato de campanha.
Para Paulo Portas, presidente da coligação CDS-PP (Partido do Centro Democrático e Social-Partido Popular, respectivamente), principal partido da base aliada do governo Passos Coelho, do PSD (Partido Social-Democrata), a prioridade deve ser dada aos mais velhos. “É aí que é preciso gastar mais e investir melhor, em vez de ficar gastando dinheiro em um auxílio social chamado RSI, que só deveria ser dado provisoriamente”, argumentou.
Para o líder conservador, existem “cada vez mais abusos, cada vez mais fraudes” por parte de beneficiários do RSI. “Gente que, pura e simplesmente, não quer trabalhar e quer viver à custa do contribuinte”, acusou.