Em encontro com ministra, ativista pede que Brasil assuma posição contra apedrejamento no Irã

A ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, recebe a ativista iraniana Mina Ahadi, porta-voz oficial do Comitê Internacional contra o Apedrejamento de Mulheres (Foto: Antonio Cruz/ Agência […]

A ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, recebe a ativista iraniana Mina Ahadi, porta-voz oficial do Comitê Internacional contra o Apedrejamento de Mulheres (Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil)

Brasília – A porta-voz oficial do Comitê Internacional contra o Apedrejamento de Mulheres, Mina Ahadi, quer que o Brasil assuma uma posição condenatória e aberta a respeito da prática de execução de pessoas por apedrejamento, como ocorre no Irã. A ativista iraniana foi recebida quinta-feira (5) pela ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário.

Perguntada sobre a importância de um posicionamento brasileiro sobre a questão, uma vez que outros países do Ocidente já condenam essa forma de execução, Mina disse que o país tem um papel importante e diferenciado. Além disso, ela destacou o fato de o Brasil “ter um governo de esquerda”.

Na audiência com Mina, a ministra Maria do Rosário foi cautelosa: “conversamos sobre a importância de repudiarmos a pena de morte em todas as partes do mundo. Ela recebe de nossa parte total solidariedade à causa. Nós podemos avançar no diálogo para produzirmos respostas que possam salvar vidas”.

A ministra explicou à ativista que o Brasil “tem posição constitucional” contra “ingerência” em outros países, mas frisou que o país está atento ao respeito aos direitos humanos no Irã.

“O fato de o Brasil ter votado em favor da nomeação de um relator global para a investigação da situação dos direitos humanos no Irã já indica que nós temos uma atenção”, disse a ministra fazendo referência à decisão do governo em sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas ocorrida em março.

Durante o encontro com a ativista, Maria do Rosário ressaltou que é preciso cuidado para que os Estados Unidos e a Europa não tenham sobre o Irã uma visão sem critério e de ocupação de território, como ocorreu, por exemplo, no Iraque. “Ocupação de território nunca deu fruto para direitos humanos no mundo”, salientou.

Na tarde de hoje, a ativista iraniana será recebida pelo assessor de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, no Palácio do Planalto.

Fonte: Agência Brasil