Cooperação internacional do Brasil chega a R$ 3,2 bilhões de 2005 a 2009

De acordo com o Ipea, contribuições fazem parte de uma política externa que visa ao desenvolvimento econômico e social de países mais pobres

São Paulo – O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta sexta-feira (24) um comunicado mostrando que o investimento do Brasil em cooperação internacional foi de R$ 3,2 bilhões no período entre 2005 e 2009.  De acordo com o técnico de Planejamento e Pesquisa André Calixtre, os números demonstram que a política externa brasileira é fundamentada majoritariamente no desenvolvimento social e econômico dos países. Do total gasto pelo país em cooperação internacional, 76,5% é voltado a contribuições multilaterais – organizações internacionais –, representando um total de R$ 2,4 bilhões. O restante, R$ 755,8 milhões, é utilizado em contribuições bilaterais – governos de outros países –, no geral para cooperação técnica e ajuda humanitária.

De todas as contribuições multilaterais efetivadas pelo Brasil até 2009, 62,2% foram destinadas a organizações internacionais, totalizando R$ 1,5 bilhão, e 37,8% foram repassados ao grupo Banco Mundial (R$ 435,2 milhões), Banco Interamericano de Desenvolvimento (R$ 471,7 milhões) e ao Banco Africano de Desenvolvimento (R$ 22,7 milhões), todos eles caracterizados como fundos de desenvolvimento.

O estudo especifica ainda que “os fundos vinculados aos bancos multilaterais de financiamento constituem um canal relevante de distribuição de recursos em termos concessionais para as regiões menos desenvolvidas do mundo”. Já as cooperações bilaterais “são destinadas a países em desenvolvimento e podem estar consubstanciados em reestruturações e perdões de dívida, financiamento de programas e projetos, ações emergenciais e cooperação técnica”.

Segundo Calixtre, a opção brasileira difere particularmente da postura adotada pela grande maioria das nações desenvolvidas, que possuem uma parcela maior de cooperação bilaterais, muitas vezes voltadas à abertura de um espaço para futuras intervenção políticas nos países receptores da ajuda.

O comunicado do Ipea ainda se mostrou otimista quanto aos próximos anos. “Tais contribuições deverão aumentar no futuro se considerarmos decisões recentes que dão conta do reforço financeiro, por meio de um trust fund, do Brasil”, diz um trecho do documento. O documento antecipa os resultados da pesquisa sobre as principais características da cooperação para o desenvolvimento internacional feitas pelo Brasil.