Parlamento da Grécia aprova acordo sobre dívida com credores privados

O Fundo Monetário Internacional acredita agora que a Grécia poderá deixar a recessão em 2013 caso siga as reformas exigidas (Foto: John Kolesidis. Reuters) São Paulo –  É uma nova etapa […]

O Fundo Monetário Internacional acredita agora que a Grécia poderá deixar a recessão em 2013 caso siga as reformas exigidas (Foto: John Kolesidis. Reuters)

São Paulo –  É uma nova etapa da Grécia em sua corrida contra o tempo para evitar a falência. O Parlamento grego aprovou, em caráter emergencial nesta quinta-feira (23), o projeto de lei sobre o pagamento de 107 bilhões de euros da dívida do país com credores privados. Uma reestruturação sem precedentes na sua história.

O texto foi aprovado sem votação, mecanicamente, segundo disse o presidente em exercício do Parlamento, Anastasios Kourakis, já que o governo dispõe da maioria e que nenhum pedido específico para a votação foi feito.

Se as reformas prometidas por Atenas tiverem sucesso, o país deverá sair da recessão em 2013, segundo previu nesta quinta o Fundo Monetário Internacional (FMI). O fundo está convencido da possibilidade de a Grécia retomar o crescimento enquanto estiver na zona do euro.

O texto da lei detalha os termos do acordo chamado de PSI (do inglês private sector involvement, que significa envolvimento do setor privado), cujos termos foram definidos na noite de segunda-feira (20), no final de uma maratona de reuniões em Bruxelas pelos representantes dos países da zona do euro.

O objetivo da operação é retirar 107 bilhões de euros, ou 50% da dívida privada do país, detida por credores privados (bancos, companhias de seguros ou fundos de investimento) em um conjunto de 350 bilhões de euros de dívida de credores privados e institucionais.

A reestruturação da dívida é um dos dois componentes do plano de resgate da Grécia, sendo a segunda um empréstimo de 130 bilhões de euros ao longo de três anos, que se somam aos 110 bilhões de euros emprestados pelo FMI em 2010 que já teve parte paga.

Com a lei PSI aprovada, o suspense agora está na proporção de credores privados que aceitarão um desconto de 53,5% sobre os títulos, o que representa uma perda final superior a 70% do seu valor inicial.

Com o plano, o endividamento grego que hoje perfaz 160% do PIB cairá para 120% em 2020.

Em troca da anulação de parte do endividamento a Grécia terá de fazer um rígido corte orçamentário afetando em cheio serviços públicos e previdenciários, o que tem provocado a ira de manifestantes, sobretudo estudantes e sindicalistas.

Fonte: Le Monde