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Bebês podem ser registrados com ‘sexo indefinido’ na Alemanha

Objetivo é dar mais tempo aos pais para definição do gênero se exame visual das genitais não for esclarecedor

wikicommons

Decisão equivocada pode prejudicar o desenvolvimento e atrapalhar a formação da identidade da criança

São Paulo – Bebês que nascerem na Alemanha a partir de hoje (1) poderão ser registrados com o “sexo indefinido”, oferecendo aos pais uma alternativa ao tradicional “masculino” e “feminino”.  O objetivo da lei, diz o governo, é dar aos responsáveis da criança mais tempo para definir o gênero quando o exame visual das genitais ou até mesmo a leitura de cromossomos e genes não é esclarecedora.

A medida também promete diminuir o número de intervenções cirúrgicas prematuras em casos que, por exemplo, os bebês nascem com duas genitais. Muitas vezes, dizem os especialistas, uma decisão equivocada pode prejudicar o desenvolvimento e atrapalhar a formação da identidade da criança.

Segundo a ministra da Justiça alemã, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, os documentos de identificação, além de masculino e feminino, passarão a ter a opção “X”. Em nota oficial divulgada em agosto, quando a lei foi aprovada, a ministra afirmou que a medida “traria diversos benefícios para crianças com ambiguidade genital e, consequentemente,  aos pais”, disse Schnarrenberger.

A Alemanha é o primeiro país da Europa – onde se estima que uma em 5 mil crianças nasça com sexo indefinido – a oferecer essa opção aos seus cidadãos. Apenas Austrália e Nova Zelândia também trabalham com esse conceito no mundo. Nova Zelândia, aliás, permite que cidadãos utilizem o gênero indefinido em seu passaporte.