São Paulo – Enquanto ainda espera pela formação de um novo governo, a Alemanha já pode sentir novos ares em sua cena política, após 16 anos de Angela Merkel como primeira-ministra. Algumas das mudanças são até paradoxais, como o fato de o SPD, de centro-esquerda, ter ressurgido, mas longe de seus melhores resultados do passado e em um contexto no qual o sistema praticamente bipartidário germânico deixou de existir.

Outro paradoxo é o fato de a chanceler sair do poder com sua popularidade em alta, mas não conseguindo transferir este capital político para o seu bloco conservador CDU/CSU. A ascensão dos verdes, agora a terceira força política alemã, é festejada e pode influenciar outras legendas similares na Europa quando a discussão a respeito das mudanças climáticas se torna uma prioridade não só no continente como em todo o mundo. Mas até onde a legenda pode ir com suas propostas em possíveis coalizões com interesses tão distintos entre si?

Estes temas são debatidos nas três matérias a seguir, que buscam traçar um retrato político da Alemanha pós-eleições e projetar o que se pode esperar do próximo governo.

Como os social-democratas podem voltar ao poder na Alemanha

Vencedor das eleições, SPD segue negociando com verdes e liberais, após um resultado que evidenciou a desunião do bloco conservador germânico. Confira aqui

Quadro político fragmentado embaralha sucessão alemã

Cinco legendas tiveram mais de 10% dos votos cada, cenário bem distinto de quando Angela Merkel se tornou primeira-ministra, em 2005. Ali, só CDU/CSU e SPD alcançaram os dois dígitos, conquistando juntos 70% dos votos. Leia mais

Partido Verde alemão traz mudança climática ao centro do debate

Terceira força política do país e com grande popularidade entre os eleitores mais jovens, verdes serão decisivos na formação de uma nova coalizão para governar o país e tem teste de fogo a respeito do alcance de suas propostas na área ambiental. Saiba mais