20 anos depois

11 de setembro: Biden retira sigilo de documentos que podem implicar oficiais sauditas

Ordem vem às vésperas do aniversário de 20 anos do atentados e é resposta à pressão de socorristas e familiares de vítimas que processam o governo da Arábia Saudita

White House/Flickr
White House/Flickr
Socorristas e familiares escreveram uma carta cobrando o presidente para que sigilo fosse levantado

O presidente dos Estados Unidos Joe Biden anunciou a revisão e a desclassificação de arquivos relativos à investigação sobre os ataques de 11 de setembro. A decisão de retirar o sigilo foi anunciada nesta sexta-feira (3).

A mudança vem a poucos dias do 20º aniversário dos atentados promovidos pela Al-Qaeda e são uma resposta à intensa pressão do Congresso do país e das famílias das vítimas que atualmente processam a Arábia Saudita. Socorristas e familiares escreveram uma carta cobrando o presidente e acusando o governo estadunidense de manter deliberadamente secretos documentos que eles dizem provar a participação de funcionários do governo saudita no episódio.

“O povo americano merece ter uma visão mais completa do que seu governo sabe sobre esses ataques”, disse a ordem executiva que levantou o sigilo. O registro completo será divulgado aos poucos nos próximos seis meses, “exceto quando as razões mais fortes possíveis aconselharem de outra forma”. Caberá ao procurador-geral ou aos chefes do FBI e de outras agências provarem que a divulgação de qualquer informação “poderia resultar em danos à segurança nacional”.

As famílias das vítimas exigem há anos que os EUA divulguem os resultados da Operação Encore, investigação do FBI sobre q possível cumplicidade saudita, particularmente contatos que teriam sido feitos entre autoridades sauditas e dois sequestradores que viveram na Califórnia nos meses anteriores aos ataques.

Quinze dos 19 sequestradores que participaram do atentado eram da Arábia Saudita, mas uma comissão do governo dos EUA não encontrou nenhuma evidência de que o governo do país tivesse financiado diretamente a Al-Qaeda. Contudo, deixou em aberto a possibilidade de oficiais sauditas terem feito isso individualmente. O governo da Arábia Saudita negou qualquer envolvimento e está lutando contra um processo movido pelas famílias no tribunal federal de Nova York.

Com informações do The Guardian e Al Jazeera

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