A eleição para sucessão de Gilberto Kassab (DEM) ocorre em outubro de 2012, mas as movimentações correm soltas. Em vez de articulações e costuras de aliança, a dança até agora é de cadeiras.

De um lado, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) tentou atrair Kassab para seu partido. As negociações variaram da certeza, no início do ano, para a beira do fracasso, em meados de fevereiro.

Kassab estaria mais inclinado a criar um novo partido, apesar de uma aproximação com o PSB ter sido estabelecida. Segundo Luiz Henrique Mendes, da Agência Dinheiro Vivo, o presidente nacional do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foi o autor do convite.

Apesar disso, a migração enfrenta dificuldades de parte dos aliados do prefeito paulistano. Por isso, segundo explica o deputado federal Rodrigo Garcia (DEM), principal aliado de Kassab, a saída mais indicada atualmente seria criar um novo partido. A legenda poderia, futuramente, fundir-se ao próprio PSB. O entrave para o desembarque em meios socialistas estaria ligado à exigência de comandar sua própria sucessão, com indicação do candidato.

No início do mês, Kassab acertou a entrada do PCdoB para a base de apoio de sua gestão. A legenda tem a promessa de receber a Secretaria Especial da Copa 2014. A decisão da legenda, segundo a direção municipal, estava vinculada à ida do prefeito para o PMDB.

Troco

Temer, deixado para trás pelo prefeito, agora busca atrair um quadro do próprio PSB. O candidato quarto colocado ao governo de São Paulo, Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) está na mira do cacique peemedebista. Alberto Bombig, do Radar Político, pinta a manobra com cores de “plano B” a Kassab.

Nesta sexta-feira (18), Temer e Skaf encontram-se na sede da Fiesp. O vice-presidente participa de uma reunião do Conselho Superior de Estudos Avançados da entidade empresarial para discutir reforma política. Se precisarem de tempo para avançar na articulação, é só esperar a hora do cafezinho.