Local e quantidade de casas populares em Bebedouro são motivo de polêmica

Necessidade de residências para população mais pobre é consenso

Em audiência pública na Câmara Municipal, o Poder Executivo propôs alterar o Plano Diretor para construir casas em áreas de preservação de mananciais, no setor sul, ao lado do Jardim União. A ideia é autorizar o loteamento para a construção, via iniciativa privada, de 632 casas que seriam vendidas dentro do Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal.

Para a engenheira em gestão ambiental e membro do Conselho Municipal de Meio Ambiente, Ângela Brunelli, a ideia é absurda: “É uma área de nascentes, ao lado da Estação de Captação de Água do SAAEB e do córrego do Retiro, protegido pelo Plano Diretor. Liberá-la para construção pode causar danos irreparáveis ao município”, alerta Brunelli.

A preocupação é a de que o esgoto doméstico contamine o córrego, o lençol freático e a represa de captação de água que abastece parte da cidade. O projeto também traz dúvidas sobre a viabilidade financeira. A legislação prevê que novos loteamentos cuidem de seu esgoto. Esse investimento, mais os gastos com toda a infraestrutura – galerias pluviais, por exemplo –, seria muito significativo. Quem pagaria a conta? A pergunta está sem resposta.

Segundo a Prefeitura, o déficit habitacional na cidade é de 8.000 unidades – o número de cadastrados esperando pela casa própria. Já o Censo 2010 do IBGE aponta que estão fechadas 1.827 residências em Bebedouro.