Após quatro meses, moradores se queixam de ambulatório em Limeira
As histórias cabeludas de quem vai ao AME
Publicado 25/06/2010 - 17h02
O prédio onde está o AME foi construído com verba municipal para ser o Ambulatório da Mulher. Mas, depois de negociações com o governador José Serra, ele foi cedido ao governo do Estado e virou AME – Ambulatório Médico de Especialidades. Na inauguração, Serra prometeu acabar com as filas, falou que seriam realizadas 15 mil consultas, em 30 especialidades, e cinco mil exames todo mês.
Quatro meses depois, a população decepcionou-se com o atendimento: faltam consultas, exames e há aparelhos caríssimos parados. Por falta de transparência na administração, ninguém sabe quais são as vagas disponíveis e como fazer o encaminhamento para conseguir exames – não se sabe até hoje quantas consultas foram realizadas desde a inauguração. O tempo de espera para cardiologia, por exemplo, é de, no mínimo, 30 dias.
A Conselheira de Saúde, Ivanice da Silveira Santos, cita como exemplo o primeiro dia de atendimento. “Foram encaminhadas, pelo município de Limeira, 30 mulheres para consultas e exames específicos, mas 50% delas foram dispensadas por falta de vagas. Como é possível um AME, no seu primeiro dia de funcionamento, não ter vagas?” – indaga.
O AME não pode substituir o ARE – Ambulatório Regional em Especialidades. O ARE realiza consultas, faz exames, próteses, cirurgias mais complexas e distribui remédios de alto custo. O problema do ARE, que também é estadual, é falta de estrutura física. Ele também funciona num prédio velho da Prefeitura, pequeno, mal conservado, sem condição digna de atendimento e de trabalho para os profissionais.