Com uma arquitetura francesa e centenária, a fazenda Santa Gertrutes chama a atenção com seu charme e riqueza de detalhes. Ao visitar o local é possível realizar uma viagem pelo período áureo do café; acompanhar o processo de evolução trazido pela estrada de ferro e conhecer um pouco mais sobre essa fazenda cafeeira que foi a propriedade mais importante da região.

A fazenda Santa Gertrudes, antes chamada de Laranja Azeda, foi adquirida em 1821 pelo brigadeiro Manuel Rodrigues Jordão e por sua esposa Gertrudes Galvão de Oliveira Lacerda. Em 1821, o Barão de São João de Rio Claro, filho do casal, herdou a fazenda após o falecimento da mãe. Para homenageá-la muda o nome do local para Santa Gertrudes, constrói um engenho de cana e passa a produzir açúcar e aguardente, mas aos poucos vai introduzindo ao local o cultivo do café.

Após o falecimento do Barão de Rio Claro, sua esposa Maria Hipólita dos Santos Silva, volta a se casar e a fazenda passa a ser administrada por seu esposo, o Marquês de Três Rios que tem a iniciativa de trazer a estrada de ferro para a região. Essa iniciativa trouxe muitos benefícios, como o aumento da produção de café que fez com que em 1861, a fazenda se tornasse a maior produtora do município. A mão de obra da fazenda era colonial e um total de oitenta e cinco casas formava o núcleo habitacional dos trabalhadores.

Em 1893, como não possuíam herdeiros diretos, após o falecimento do Marquês de Três Rios e de sua esposa nos anos seguintes, a fazenda foi herdada por Eduardo Prates que era casado com a irmã da Marquesa de Três Rios. Prates tornou-se proprietário da fazenda em um período favorável a expansão do café, ele recebeu do Papa Leão XIII o título de conde pela Santa Sé.

Como era um visionário homem de negócios, Prates trouxe muitos benefícios para a fazenda Santa Gertrudes, como a construção de uma das maiores estruturas de plantação cafeeira, investiu em carpintaria, ferraria, tulha de café, barragens e selaria; e para os colonos e a população que vivia na fazenda construiu armazéns, mercearias, escola, cinema, igreja, mirante, cocheiras, curais e uma usina elétrica para o fornecimento de energia elétrica, além disso, ele chegou a cunhar sua própria moeda.

Devido ao grande crescimento da fazenda e a sua estrutura, Prates recebia visitantes muitas vezes convidados pelo próprio governo do estado de São Paulo. Além de dar continuidade a produção de café, na busca de Prates por novas opções, foi descoberta por moradores uma grande quantidade de argila no subsolo da divisa das fazendas de Santa Gertrudes e Ibicaba. Porém, as primeiras cerâmicas da região surgem apenas nas décadas de 20 e 30 para a produção de tijolos e telhas.

Atualmente a fazenda Santa Gertrudes recebe visitas de grupos, desde que haja agendamentos. Além de conhecerem as instalações da fazenda, os visitantes fazem o caminho do café, desde o local de plantio e colheita até o embarque na estação de trem. O percurso tem duração de aproximadamente duas horas.