ciclovias e corredores

Padilha defende que governo se antecipe aos problemas de mobilidade no interior de SP

Candidato assinou a carta compromisso do Programa Cidades Sustentáveis, na qual se compromete a apresentar um plano de metas e fazer uma gestão transparente

Paulo Pinto/Analítica/Fotos Públicas

Candidato deu declarações durante lançamento da oitava pesquisa Ibope sobre mobilidade urbana em São Paulo

São Paulo – O candidato ao governo de São Paulo pelo PT, Alexandre Padilha, defendeu na manhã de hoje (18) que o governo estadual deve se antecipar aos problemas de mobilidade e investir em ciclovias e faixas exclusivas de ônibus também no interior do estado. “Em parceria com os municípios, nós vamos implementar não só ciclofaixas, mas também corredores de ônibus no interior do estado de São Paulo. Respeitando a característica de cada município, sua estrutura e seu planejamento. Hoje já existe um programa de ciclovias, mas ele é ínfimo”, afirmou.

Padilha disse que resistências podem existir, mas não devem fazer com que se fraqueje na implementação de medidas que priorizem outras formas de mobilidade. Ele lembrou que também havia resistência às faixas de ônibus e hoje 90% da população paulistana defende a ampliação das mesmas.

“Para você fazer mudanças, sobretudo governar para quem mais precisa, para quem é excluído, você precisa ter coragem. O planejamento está sendo feito, a discussão com a sociedade também. Agora, não se pode recuar em um centímetro a defesa do transporte por bicicletas. As grandes cidades do mundo já vêm fazendo isso”, afirmou.

Segundo a oitava pesquisa Ibope sobre mobilidade urbana na capital paulista, lançada na manhã de hoje, o índice de pessoas favoráveis à construção e ampliação das faixas exclusivas de ônibus são é de 90%. Já as ciclovias são aprovadas por 88% dos entrevistados. O levantamento foi encomendado pela Rede Nossa São Paulo e ouviu 700 pessoas entre 29 de agosto e 3 de setembro. Os dados completos podem ser acessados no site da Rede Nossa São Paulo.

Questionado sobre a real necessidade de construir ciclovias, já que muitas cidades no interior não têm índices de congestionamento relevantes, Padilha destacou que não é só uma questão de trânsito. “Quanto mais as pessoas andarem de bicicleta, melhor vai ser para a vida delas. Você não precisa ter ciclovia só porque tem trânsito. Se você for em uma cidade do interior, milhares de pessoas andam de bicicleta, só que hoje elas andam de bicicleta sem segurança”, explicou.

O candidato destacou que o aumento no índice de pessoas que possuem carro – de 52% em 2013, para 62% neste ano – e dos que o utilizam todo dia – de 27% para 38% – é resultado da melhoria nas condições econômicas da população e das baixas realizações do atual governador e candidato à reeleição Geraldo Alckmin (PSDB) em mobilidade.

“Infelizmente, o atual governador não faz a parte que cabe a ele fazer. A única coisa que ele faz é que um mês antes da eleição ele vem com promessas, de novo aquela história eleitoral, como foi aquela mudança que ele fez no cartão BOM (Bilhete de Ônibus Metropolitano). Eu quero ser governador para governar quatro anos e não só um mês antes da eleição”, criticou Padilha.

O  BOM foi anunciado por Alckmin em 2004, mas só virou realidade em 2012. Até o mês passado não tinha integração com o sistema de trens e metrô. Mesmo assim, ainda não oferece qualquer forma de desconto na utilização de mais de um ônibus, como ocorre com o Bilhete Único.

Padilha reafirmou sua proposta de criar uma modalidade estadual do Bilhete Único, a ser implementado em todas as regiões metropolitanas de São Paulo. E se declarou contrário à proposta de pedágio urbano ou metropolitano.

O candidato também afirmou que vai aproveitar os recursos federais para investir em metrô, corredores de ônibus e modernização dos trens da CPTM. E que vai levar o metrô para região do ABC, Guarulhos e Taboão da Serra, além de estender a linha 5-Lilás (Capão Redondo-Chácara Klabin) até o Jardim Ângela.

O petista assinou a carta compromisso do Programa Cidades Sustentáveis, em que se propõe a estabelecer um plano de metas para a gestão, conforme ocorre hoje com as prefeituras, contendo as diretrizes, objetivos, prioridades, ações estratégicas, indicadores e metas quantitativas para cada um dos setores da administração pública.

Além disso, também se compromete a desenvolver um diagnóstico contemplando as diretrizes básicas do programa, como ações locais em saúde, governança e mobilidade urbana.