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Após votar, Lewandowski critica financiamento de campanha por empresas

‘Isso é fonte de corrupção’, defendeu o ministro do STF. Na opinião dele, eleições são marcadas por uma ‘disputa acirrada, mas pacífica’, que ‘mostra a consolidação da democracia’

Carlos Humberto/SCO-STF

No STF, Lewandowski já expôs critica ao financiamento empresarial de campanha

São Paulo – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, votou pela manhã, no Brooklin, na zona sul da capital paulista, e aproveitou a oportunidade para falar com a mídia e criticar o financiamento das campanhas políticas feito por empresas privadas. “Eu tenho uma opinião que já expressei mediante um voto público, que é a de que as campanhas não devem ser financiadas por empresas privadas”, disse.

“Isso é fonte de corrupção. Existe uma ação de inconstitucionalidade, que foi movida pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), e já existe o placar de seis votos contra o financiamento privado de campanhas. Houve um voto vista. A matéria está aguardando a devolução do voto vista, mas, no Supremo Tribunal Federal, a menos que um dos seis ministros que votaram altere seu ponto de vista constitucional, a matéria está superada”, completou.

Em conversa com jornalistas, ele avaliou o momento eleitoral como positivo, apesar do pleito muito concorrido entre os dois candidatos à presidência, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). “Houve uma disputa acirrada, mas pacífica. Isso mostra a consolidação da democracia brasileira”, declarou. “Desde o advento da Constituição Brasileira, em 1988, estamos fazendo eleições sucessivas a cada dois anos, gerais e locais, sem nenhum problema. Os eleitos são empossados. O Judiciário garante isso e também a governabilidade. Isso é um avanço fantástico para o nosso país.”

Sobre o direito de resposta feito por candidatos e partidos que se sentiram lesados por matérias jornalísticas veiculadas, o ministro reforçou que as providências cabem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Quem decide sobre isso é o TSE. Quanto à decisão do TSE, pode eventualmente surgir um recurso para o STF, se tiver matéria constitucional envolvida, mas é claro que os direitos de reposta depois de concluída a eleição são, de certa maneira, inócuos”, avaliou.

O ministro afirmou também que defende a implementação da carteira de identidade nacional com chip, que conterá os dados de comprovação de votação de cada eleitor, dispensando o comprovante em papel. “A carteira com chip não apenas poderá registrar que o eleitor votou, como também dados da entrega do Imposto de Renda, de vacinas fundamentais”, planejou.

Lewandowski seguiu para Brasília (DF), onde acompanhará a apuração dos votos.”O Judiciário unido acompanha as eleições. É uma festa da democracia e nós vamos comemorar isso juntos, ganhe quem ganhar”. Ele não revelou em quem votou.

Com informações de O Estado de S. Paulo.