Resultados apontam para a necessidade de revisão de projetos pedagógicos
Educador do cursinho da Poli e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC prega combate ao conhecimento superficial da era das redes sociais em prol de alunos com visão mais crítica da realidade
Publicado 15/01/2015 - 11h22
Para a redação, aluno deve estar atento a temas relacionados aos direitos humanos, infância e juventude
São Paulo – Os resultados do Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio, divulgados ontem (14) pelo Ministério da Educação, apontaram queda no desempenho dos estudantes. Com 6,2 milhões de inscritos, apenas 250 tiraram a nota máxima em redação. Por outro lado, 529 mil tiraram nota zero. A nota média em redação teve queda de 9,7% em relação ao Enem anterior e, em matemática, a nota média caiu 7,3%.
O resultados não surpreendem o diretor do cursinho da Poli e coordenador do departamento de formação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Gilberto Alvarez, o Giba, que concedeu entrevista ao Seu Jornal, da TVT. Segundo ele, a chamada geração “das redes sociais”, que privilegia o conhecimento superficial, fragmentário e imediatista é que foi surpreendida. “O exame mostra o contrário, que o aluno precisa ter profundidade, estudar e, principalmente, ter censo crítico.”
Giba afirma que o modelo de exame aponta para a necessidade de revisão das práticas adotadas pelas escolas em prol de um “projeto pedagógico menos fragmentário nas disciplinas e que use os conteúdos escolares em nome de uma reflexão social ou da resolução dos problemas contemporâneos que tanto aflige o nosso país e o mundo”.
“A gente recomenda ao aluno que vai prestar o Enem em 2015, que comece a estudar já, porque não há para esse tipo de prova um estudo rápido, revisionista”, alerta o coordenador.
Sobre o tema da redação, Giba nega também que tenha havido surpresa, como reclamam alguns estudantes. “É muito comum o tema de redação do Enem resvalar em questões de direitos humanos e principalmente que afligem a criança, o adolescente.”
“A regulamentação da publicidade infantil e essa violência em relação ao mercado e ao consumo é um grande debate e o aluno tem que estar preparado. É importante dizer que a redação do Enem, diferente de outros vestibulares, exige uma dissertação argumentativa. Ele tem que falar sobre e emitir opinião, que no caso foi de conteúdo social”, explica Giba.
Sobre o curso preparatório para o Enem oferecido pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Giba prevê que as inscrições devem ser iniciadas entre junho e julho, com o início das aulas em agosto.
Acompanhe a entrevista completa da TVT: