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Pai e filho se unem na luta contra a reorganização escolar

Jovem preso por apoiar movimento de estudantes ameaçados de ter a escola fechada recebe apoio dos pais. 'A vida dele não me pertence, mas tenho o privilégio de poder acompanhá-la', diz o pai

Reprodução

‘Apoio por uma questão de fundo, que é lutar por educação’, diz o pai. ‘Se vc resistir vai ser pior’, diz o policial

São Paulo – Francisco foi um dos alunos detidos na última quarta-feira (3), na Avenida Dr. Arnaldo. “Ó, deixa eu te falar: vai ser pior se você resistir”, dizia o policial que o detinha. Chico tem 16 anos e estuda numa Etec, escola técnica do estado que está fora do processo de “reorganização”. Naquele dia foi apoiar alunos da escola estadual Professor Antônio Alves Cruz. Ele é militante estudantil há dois e diz ver na experiência do movimento estudantil chileno inspiração para o processo de ocupações que atingiu mais de 200 escolas de São Paulo na reação popular contra o projeto do governador Geraldo Alckmin.

A atitude solidária do estudante não está relacionada apenas à decisão do governo paulista, mas a uma preocupação maior com a educação pública. O pai respeita e apoia a conduta do filho, e dos estudantes: “Se eles estivessem fazendo algo que me desagradasse por princípio – sendo machistas, racistas, homofóbicos, violentos, ou destratando as pessoas, eu não apoiaria. Em segundo lugar, apoio por uma questão de fundo, que é lutar por educação”, diz o pai, o corretor de seguros Luiz Braga. “Ir buscar o filho numa delegacia é uma mistura de sentimentos. Preocupação, respeito. Eles vivem com a gente, mas não nos pertencem. Eles têm a vida deles, e eu tento acompanhar. Às vezes mais de perto, às vezes mais de longe. E pra mim é um privilégio poder acompanhar, quando eles me permitem. É um privilégio para os pais.”

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