madrugada tensa

Movimentos sociais fazem vigília em escola ocupada no bairro de Pinheiros, em SP

CUT, MTST e outros movimentos acamparam durante a madrugada para proteger estudantes que passaram a noite na escola, cercados e ameaçados pela PM

Larissa Gould/Jornalistas Livres

Movimentos sociais fazem vigília em frente a E.E. Fernão Dias para prevenir abusos da parte da PM, que cerca o local

São Paulo – Movimentos sociais e sindicais, como CUT, MTST (ambos também representando a Frente Povo Sem Medo), Apeoesp e Periferia Ativa montaram vigília e passaram a madrugada de hoje (11) em frente à Escola Estadual Fernão Dias Paes, localizada em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, em apoio a 25 alunos que lá passaram a noite. A escola foi cercada pela PM, que o tempo todo ameaçou invadir o prédio.

A Fernão Dias foi ocupada por alunos na manhã de ontem (10) em protesto contra a reorganização imposta pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) e o fechamento já anunciado de 94 escolas do estado – com consequente superlotação de salas, demissão de professores etc.

“O MTST apoia esta luta e se somará com força total caso haja repressão policial e perseguição por parte do governo”, afirma o movimento em nota. A CUT também alertou para as tentativas da PM em retirar os alunos à força.

Também na noite de ontem, o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy, visitou a escola e distribuiu garrafas de água mineral aos alunos, por conta de informações de que o fornecimento de água teria sido cortado. Os estudantes que ainda permanecem na Fernão Dias negaram os cortes no fornecimento de água e luz, mas reafirmaram a ameaça de invasão pela PM, como mais uma forma de minar a resistência da ocupação.

Durante a madrugada, os alunos se revezaram na vigilância da ocupação. À reportagem da RBA, eles relataram cansaço, devido aos raros momentos de sono. Pela manhã, foram despertados pelo som dos apoios dos grupos que seguiam do lado de fora dos portões da escola. Também se reuniram para definir os rumos e optaram por permanecer dentro da escola.

Segundo relato do Jornalista Livres, o clima voltou a ficar tenso por volta das 9h de hoje, quando alguns alunos tentaram pular as grades da unidade para aderir à ocupação e foram rechaçados pela PM, que usou gás pimenta, isolou todo o perímetro, e não permite qualquer aproximação. A entrada de alimentos está autorizada, mediante revista.

Com informações do Jornalistas Livres