MEC reprova um em cada cinco cursos superiores do país

Fernando Haddad, ministro da Educação, durante divulgação dos resultados da avaliação dos cursos superiores pelo Enade (Foto: José Cruz/ABr) Brasília – Dos 4.143 mil cursos avaliados em 2010 pelo Exame […]

Fernando Haddad, ministro da Educação, durante divulgação dos resultados da avaliação dos cursos superiores pelo Enade (Foto: José Cruz/ABr)

Brasília – Dos 4.143 mil cursos avaliados em 2010 pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), 594 não atingiram resultado satisfatório, com nota 1 ou 2 no Conceito Preliminar de Curso (CPC), indicador que varia em uma escala de 1 a 5. Entre os cursos avaliados, 1.115 ficaram sem conceito porque não tinham um número mínimo de estudantes concluindo o curso.

Considerando apenas as graduações que obtiveram CPC, as com nota baixa representam 20% do total. Os cursos com CPC 4 ou 5 são considerado bons e os com nota 3, satisfatórios. Cerca de 80% tiveram resultado entre 3 e 5 e só 58 cursos podem ser considerados de excelência, com CPC máximo (5). O conceito leva em consideração, além dos resultados do Enade, a infraestrutura da escola, o corpo de professores e o projeto pedagógico.

O Ministério da Educação (MEC) vai cortar vagas de todos os cursos que obtiveram CPC 1 ou 2 em 2010. A previsão é que 50 mil vagas sejam cortadas em diferentes áreas até o fim de 2011. Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes) baliza a expansão das vagas da educação superior no país porque prevê medidas de correção dos problemas para as instituições e cursos com baixos resultados.

“Para quem está fora dos parâmetros de qualidade, o Sinaes estabeleceu os termos que os trazem para a qualidade. Queremos que o sistema continue em expansão, mas com um freio naqueles cursos que estão com problema”, disse o ministro.

Ele informou que cerca de 95% dos cursos de medicina que passaram pelo processo de supervisão do MEC por apresentar CPC instaisfatório em anos anteriores melhoraram o desempenho em 2010. Entre os 19 cursos com CPC 1, quatro são oferecidos por universidades estaduais e o restante, por instituições de ensino privadas.

Públicas são maioria

Das 27 instituições de ensino superior com nota máxima no Índice Geral de Cursos (IGC), 16 são públicas e 11 são privadas. O indicador, construído a partir da avaliação dos cursos oferecidos por uma instituição, varia de 1 a 5. Estes 27 estabelecimentos de ensino foram os únicos com conceito 5 entre todas as 2.176 escolas avaliadas.

Os três primeiros lugares do IGC 2010 ficaram com instituições particulares: a Escola Brasileira de Economia e Finanças (Ebef) da Fundação Getulio Vargas (FGV), do Rio de Janeiro (RJ) , a Faculdade de Administração de Empresas (Facamp), de Campinas (SP) e a Escola de Economia de São Paulo (Eesp).

Entre as instituições públicas de ensino superior, o melhor resultado foi o da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que aparece em quarto lugar. A Unicamp participou do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) pela primeira vez em 2010. Por ser estadual, a Unicamp não é obrigada a participar da avaliação, que é o principal componente do IGC e de outros indicadores do ministério. O ministro da Educação Fernando Haddad, destacou o desempenho da instituição e reforçou o convite para que a Universidade de São Paulo (USP), que também é estadual, também participe do Enade.

O Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) completa a lista das cinco melhores do país. A universidade federal com melhor resultado é a de Lavras (Ufla), que aparece na 12ª posição.