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Greve de professores tem 59% de adesão, diz Apeoesp

Governo Alckmin diz que não vai reajustar salários e não reconhece o movimento; próxima assembleia está marcada para quinta-feira (30), no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), às 14h

Ernesto Rodrigues/Folhapress

Professores da rede estadual em greve marcham para participar de assembleia na avenida Paulista

São Paulo – Os professores do estado de São Paulo chegam hoje (27) ao 47º dia de greve com adesão de 59% da categoria, o equivalente a pelo menos 135.700 docentes da rede, de acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). A próxima assembleia está marcada para quinta-feira (30), no vão livre do Masp, às 14h. Até lá, estão previstos atos regionais, em diferentes cidades.

Hoje, os professores participam de um movimento coletivo de doação de sangue, em diversos hemocentros do estado. Na capital paulista, o ponto é o Hospital das Clínicas de São Paulo, que tem capacidade para realizar até 100 coletas por dia. O hospital fica na avenida Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 255, no bairro Cerqueira César, na região central.

Os professores reivindicam reajuste de salário de 75,33%, melhores condições de trabalho e equiparação salarial com outras categorias profissionais que possuem o mesmo nível de formação. O secretário da Educação, Herman Voorwald, já sinalizou que não há previsão de aumento, em uma reunião na quinta-feira (23). A negativa fez com que os docentes decidissem pela manutenção da paralisação.

Na sexta-feira (24), a juíza Luiza Barros Rozas, da 11ª Vara da Fazenda Pública, reconheceu a legalidade da greve e permitiu que os professores possam entrar pacificamente nas escolas, durante os intervalos, para conversar com colegas e afixar cartazes para divulgar a paralisação.

Ainda assim, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) nega que haja greve. Após participar da abertura de um evento em Ribeirão Preto, no interior do estado, na última sexta-feira (24), Alckmin declarou que “não existe greve de professores” e que apenas a média de faltas dos temporários teria aumentado, em 1%.

A Apeoesp divulgou uma nota rechaçando a postura do governador. “Os meios de comunicação já confirmaram in loco que a greve atinge a rede estadual de ensino em todas as regiões do estado e que o número de professores parados supera 50%, chegando em alguns momentos a 70% ou 75% da categoria. Por ordem do governo, muitas escolas tentam manter uma aparência de normalidade, mas não há atividade regular nas escolas estaduais”, diz o texto.