truculência

Após violência da PM de Alckmin, sociedade se manifesta contra detenções de estudantes

Movimentos sociais realizarão ato contra detenção de secundaristas. Bancada do PT na Assembleia Legislativa informa que acionou a Justiça: 'dispusemos de nossos mandatos na defesa dos jovens'

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Em vez de transporte escular, viatura. Secundaristas que reivindicam ensino e alimentação são levados à delegacia em ônibus da PM

São Paulo – Movimentos sociais promovem um ato público hoje (13) às 17h em solidariedade aos secundaristas detidos hoje em São Paulo. A concentração dos manifestantes acontecerá na Praça do Ciclista, entre as avenidas Paulista e Consolação. Nesta manhã, a Polícia Militar, sem mandado judicial, invadiu ocupações de estudantes em uma Diretoria de Ensino, na zona Oeste, e na Escola Técnica São Paulo (Etesp), na região central da capital. Ao todo, 34 estudantes foram encaminhados para delegacias.

Em nota, a bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo informou que deve acionar a Justiça contra a ação promovida pela gestão de Geraldo Alckmin (PSDB). “Sem autorização judicial, estudantes foram arrancados das escolas por policiais fortemente armados e levados às delegacias, numa flagrante afronta ao regramento jurídico e quebra dos parâmetros do Estado Democrático de Direito “, informa o documento assinado pelo deputado estadual José Zico Prado. “Acionamos profissionais profissionais da nossa assessoria jurídica (…) acionamos ainda o Conselho Tutelar, a Defensoria Pública e dispusemos cada um dos nossos 14 mandatos na defesa dos jovens, completa.

Alguns estudantes realizam neste momento uma assembleia na Casa do Povo, próximo ao metrô Tiradentes. Entre os estudantes e apoiadores do movimento, existe receio em relação a atual conjuntura política do país. Ontem, Alexandre de Moraes, ex-secretário de Segurança Pública da gestão tucana paulista assumiu o Ministério da Justiça e da Cidadania do governo interino de Michel Temer. “O governo parece que não precisa mais passar pelo Judiciário. Querem punir ocupantes. Hoje, a informação é de que Alexandre de Moraes se prepara para enfrentar movimentos sociais”, disse um estudante.

Outro temor presente entre os secundaristas é a fraude processual. Eles realizam assembleias periódicas para reforçar a importância da manutenção da ordem nas ocupações. Advogados ativistas vêm alertando para a necessidade de fotos que provem que não existem danos ao patrimônio. O medo é de que, após realizada a reintegração, agentes públicos vandalizem as instalações para incriminar os jovens.

“Há algum tempo percebemos o recrudescimento da opressão do governador Geraldo Alckmin, que usa de violência policial para criminalizar e reprimir as manifestações e denúncias apontadas por aqueles que exercem a cidadania e cobram seus direitos”, diz a nota do PT. Os estudantes cobram o governo estadual pela investigação no escândalo da máfia da merenda, que envolve diretamente o presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB). Outra pauta dos estudantes é contra o sucateamento das escolas técnicas.