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Movimento contra reorganização do ensino pede gestão democrática

Professores, lideranças estudantis, representantes de movimentos sociais e sindicalistas caminharam da Avenida Paulista até a Praça da República, em São Paulo, em protesto contra projeto tucano

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Na próxima sexta (4 de dezembro), haverá nova assembleia na Praça Roosevelt, na região central da capital

São Paulo – Aproximadamente 300 pessoas participaram na tarde de hoje (27) de assembleia do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), no vão livre do Masp, de onde saíram em passeata em direção à sede da Secretaria Estadual da Educação, na Praça da República, no centro da capital. O grupo protestou contra o projeto de reorganização do ensino do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e reforçou apoio aos estudantes, que ocupam quase 200 escolas no estado contra a medida que pode levar ao fechamento de 93 unidades. Na sexta-feira da próxima semana (4 de dezembro), haverá nova assembleia para colocar em discussão a possibilidade de greve dos professores contra o projeto tucano.

Já em frente à secretaria, cercada por policiais militares, a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, enfatizou: “Reivindicamos que o secretário (Herman Voorwald) estanque o fechamento das escolas que está atrapalhando o fim do ano letivo. Estamos forçando o governo estadual a debater a educação em São Paulo. Estamos caminhando na perspectiva de implantar uma gestão democrática, que ouve os pais, alunos, professores e funcionários antes de implantar qualquer proposta. Reafirmamos que não concordamos com a reorganização”.

A dirigente destacou a importância do Grito pela Educação do Estado de São Paulo, movimento unificado entre centrais sindicais, movimentos sociais e sociedade civil contra o projeto de Alckmin. “Queremos que o governador pare com a reorganização e para de nos ameaçar”, disse, sobre possível corte nos bônus dos professores devido ao boicote ao Saresp, prova de avaliação do ensino realizada entre terça e quarta-feiras (24 e 25), exceto nas escolas ocupadas. “Não temos medo, por isso estamos nas ruas e vamos intensificar os acampamentos junto dos estudantes. A meta é de 500, 600 escolas. Pode pôr juventude do PSDB, pode pôr a Tropa de Choque, que de nada vai adiantar. Não vamos nos abater”, afirmou.

A presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), Ângela Meyer, criticou a falta de diálogo do governo com os alunos: “A única reação da secretaria diante de nossa luta é a Polícia Militar nas escolas. É a Polícia Militar tirando alunos das escolas. É a Polícia Militar apontando fuzil para estudante. Vamos continuar nesta luta para mostrar a verdadeira face deste governo que há mais de 20 anos destrói São Paulo”.