unidade interditada

Alunos e professores da USP Leste não veem condição de retomar aulas

Exigências feitas pela Cetesb contra riscos de contaminação e explosões ainda não foram atendidas e comunidade acadêmica não tem informações sobre novas instalações, a uma semana do retorno

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Estudantes da USP Leste fazem reposição de aulas no Campus Butantã

São Paulo – A uma semana da data prevista para o retorno das aulas – 24 de março –, alunos, professores e funcionários da USP Leste ainda não sabem se terão instalações em condições adequadas. Integrantes da comunidade se reúnem hoje (17) para debater condições que consideram essenciais para ocupação e uso do novo local – que seja na zona leste da capital paulista, tenha proximidade com vias de acesso, como metrô, trem ou corredor de ônibus, infraestrutura adequada e segura e capacidade de acomodar todas as pessoas e atividades da universidade. Cerca de 5 mil alunos aguardam o retorno das aulas.

Em dezembro, as dependências da USP Leste sofreram infestação de piolhos de pombo. E em janeiro, o Ministério Público Estadual (MPE) deu parecer contrário à liberação do campus devido à contaminação do solo por gás metano e óleos minerais cancerígenos, o que resulta em risco de explosão.

Adriana Tofaile, professora de Ciências da Natureza e Gestão Ambiental, afirma que não tem expectativa otimista para a retomada das aulas e lamenta os prejuízos causados às atividades acadêmicas – de aulas regulares a pesquisa científica e trabalhos de extensão. “Além do prejuízo aos alunos, carreiras de professores e funcionários também estão sendo afetadas. Por isso, há uma ansiedade muito grande para a retomada, mas não tenho expectativa otimista de que a reitoria vai nos fornecer um lugar para trabalhar no dia 24 de março”. diz.

A professora explica que o terreno onde funcionava a Escola de Artes, Ciências e Humanidades foi usado como deposito de dejetos do rio Tietê, e por isso existem muitas áreas de risco no local. “A exigência da Cetesb é que a USP recubra todo o terreno com solo livre de contaminação e depois replante grama, em toda a área permeável do campus.”

Recentemente a USP contratou uma empresa para instalar a drenagem do metano, e a empresa declarou que precisaria de 90 dias para executar o serviço e verificar da eficácia do sistema. “Então, segundo as recomendações da Cetesb, o campus não está em ordem e em condições de ser frequentado”, observa a professora.

“A gente fica numa situação complicada e de desconfiança”, diz Júlia Mafra, aluna de Gestão de Políticas Públicas e membro da Comissão Ambiental da USP Leste. “Os estudante precisam ter garantidas também condições de permanência, como bandejão, auxílios, para garantir que não haja evasão.” A estudante lamenta a falta de diálogo da reitoria e a omissão omissão do governo do estado.

As afirmações foram feitas hoje (17), em entrevista à Rádio Brasil Atual.

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